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Multidão se comprime para o ato da Via Sacra no Morro da Capelinha

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Pontualmente, às 16h, personagens romanos devidamente vestidos e montados em cavalos iniciaram a subida ao Morro da Capelinha, em Planaltina, a cerca de 45 quilômetros de Brasília, onde ocorre uma das mais tradicionais vias sacras do país. Entre os soldados e outros atores, Jesus. Uma multidão de fiéis acompanhou a procissão. Neste ano, a organização do evento calculou que compareceram 150 mil pessoas. A chuva não desanimou o público.

Cada um teve uma história e um motivo para participar da encenação da Paixão de Cristo, desde a prisão até a ressurreição de Jesus. O mecânico José Ricardo dos Santos e Maria Luiza dos Santos integram o público cativo. Há 20 anos, acompanham a encenação. “Já conseguimos muitas graças aqui. Neste ano, viemos só agradecer”, diz Maria Luiza.

Em meio à crise financeira no Distrito Federal (DF), a Via Sacra de Planaltina foi a escolhida para receber o financiamento do governo. Segundo a organização do evento, foram repassados R$ 500 mil, valor inferior ao dos anos anteriores. No ano passado, a encenação recebeu R$ 1,4 milhão. Para contornar a falta de verba, foram usados os mesmos cenários e fantasias de 2014.

“A novidade que nós temos é a falta de dinheiro, que nos pegou de surpresa. Mas, graças a Deus, o grupo de uniu muito”, diz a coordenadora-geral da Via Sacra, Maira Vieira. Segundo ela, o evento contou com1,1 mil atores e mais 300 pessoas na equipe técnica. O grupo teve ajuda dos fornecedores, que fizeram preços especiais. “A gente se organizou, fez os ensaios, queremos que dê tudo certo”, diz.

Houve quem viesse de longe: Nazarire Bakolian é de Burkina Faso. Ele é missionário da Igreja Católica e, pela primeira vez, está no Brasil. “É importante participar da Via Sacra, é uma reafirmação de um compromisso que Jesus fez conosco. Vim pedir pela união das famílias”, diz.

Sebastiana dos Santos também tem um pedido especial: saúde para a mãe. Ela veio de Santa Maria da Vitória, Bahia, para visitar a família no DF. Para ela, pedido feito na Sexta-Feira Santa tem mais chance de ser alcançado. “A caminhada toda é uma penitência, já vamos com o pensamento ligado a Deus”, diz. E acrescenta: “Temos essa tradição na Bahia, de festejar as vias sacras. Onde eu estiver, eu procuro uma e gosto de estar presente”.

Os fiéis percorreram 14 estações até o alto do Morro da Capelinha. Em cada uma, uma parada para recordar uma passagem da Bíblia, desde a prisão até a morte e ressurreição de Cristo. A Semana Santa, que termina no domingo de Páscoa, é um dos períodos mais importante para os católicos.

Mariana Tokarnia, ABr

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