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300 mil

Mustang e Camaro fazem o duelo de ícones americanos

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Autor/Imagem:
Hairton Ponciano

Durante quase oito anos, o Camaro reinou sozinho no Brasil. Agora, o Mustang, eterno rival do Chevrolet, está entre nós, para acabar com a monotonia entre os chamados “muscle cars”.

O Ford chega na versão GT Premium, a R$ 299.900. A tabela, ligeiramente menor que a do Camaro SS (R$ 310 mil), deixa claro que o Mustang não vem a passeio.

Em comum, os dois são a síntese dos cupês “musculosos”. Têm motor V8 aspirado, câmbio automático, tração traseira, visual agressivo e aquele ronco grave de quem quer ganhar a disputa no grito.

A partir daí, começam as diferenças. O 5.0 V8 do Ford, embora seja menor que o 6.2 do Chevrolet, tem 466 cv, ante 461 cv.

O Camaro dá o troco no torque (62,9 mkgf, contra 56,7 do Mustang), mas toma uma invertida quando essa força sai do motor e chega ao câmbio. O Ford tem dez marchas, duas a mais que o concorrente.

Parecidos nos números – Na aceleração, Mustang e Camaro têm números muito semelhantes. O Chevrolet vai de 0 a 100 km/h em 4,2 segundos enquanto o Mustang cumpre a mesma tarefa em 4,3 segundos, de acordo com dados das respectivas fabricantes.

Na prática, porém, o Ford passa uma dose ainda maior de emoção. A começar pelo ronco do motor, mais grave e alto que o do rival.

Além disso, o Mustang oferece maior variedade de modos de condução. São seis, do normal ao “drag”, para arrancadas, que permite travar o eixo dianteiro para acelerar com o carro parado e “fritar” os pneus (Line Lock).

O objetivo é esquentar a borracha para obter mais tração na hora da arrancada, por exemplo. No Camaro, são quatro modos, do normal (passeio) ao pista.

O Mustang também tem rodar mais suave que o Camaro, graças ao ajuste e maior curso da suspensão. O Ford ainda supera o Chevrolet tanto no espaço disponível no (pequeno) banco traseiro quanto na capacidade do porta-malas.

Foi-se o tempo em que “muscle car” americano tinha muito motor e pouca estabilidade, feito para acelerar em linha reta. Os novos Mustang e Camaro têm mais eletrônica e acerto de suspensão sob medida para agradar também fora dos EUA.

Estão com direção mais direta, a carroceria não rola muito e os freios (da marca italiana Brembo em ambos) são eficientes. Os dois têm quadro de instrumentos virtual, que possibilita selecionar o tipo de informação que se quer privilegiar.

Entre as curiosidades, ambos trazem indicadores de aceleração. O sistema informa a força aplicada nas acelerações, frenagens e curvas.

Só o Camaro tem head up display (projeta informações no para-brisa à frente do motorista) e freio de estacionamento elétrico (alavanca, no Ford). Mas sua suspensão, com curso reduzido, o deixa mais duro. Por isso, dependendo do tipo de piso, pode acontecer de alguma roda ficar no ar, fazendo o carro perder tração.

O bom acabamento e o estilo mais sofisticado do Mustang contrastam com a simplicidade do Camaro.

Nos dois, os bancos da frente dispõem de aquecimento e ventilação. Porém, apesar das regulagens elétricas em ambos, no Mustang a inclinação do encosto tem ajuste por alavanca.

Em nenhum deles o espaço no banco traseiro é amplo, mas no Mustang há um pouco mais de conforto. O porta-malas do Ford (382 litros) é bem maior que o do Chevrolet (208 l).

Diversão barata – Coloque um esportivo europeu ao lado da dupla Mustang e Camaro e boa parte do brilho dos modelos “made in USA” tende a se dissipar. A dirigibilidade de um BMW M3, Porsche 911 ou Audi TT RS é muito superior. São carros mais “na mão”, que obedecem cegamente aos desejos do motorista.

O maior apelo dos americanos é oferecer diversão a preços moderados. Enquanto os europeus vêm com uma parafernália mecânica e eletrônica que em muitos casos inclui tração integral e rodas traseiras que esterçam, os americanos continuam fiéis à fórmula de motorzão na frente e tração traseira.

Eles não têm tanta tecnologia, mas pelos R$ 424.990 de um Audi TT RS, por exemplo, que tem 340 cv, dá para levar um Mustang e pagar 40% de um Camaro. Pense nisso.

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