A eternidade entre nós
Não ter teu abraço é como negar a chama ao fogo
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Tento silenciar teu nome nos corredores da minha memória,
mas ele ecoa suave, como perfume em brisa antiga.
A ausência do teu afago é inverno em pleno verão,
um eclipse no meu céu de saudades.
Não ter teu abraço é como negar a chama ao fogo,
é ver meu corpo se tornar jardim seco à espera da tua chuva,
e minha boca, moldada por teus sorrisos,
anseia pelas tuas palavras que um dia foram poesia quente.
Revivo cada instante como se fossem relicários dourados,
momentos em que minha alma dançava ao compasso da tua.
Queria negar o tempo, desmentir o destino,
dizer que ainda somos dois astros na mesma constelação,
mas tua luz se esconde atrás das nuvens do medo.
Conheço os espinhos que te feriram,
as noites em que a esperança te vestia de silêncio,
mas creia: o amor verdadeiro é alquimia
transmuta dor em aurora, solidão em lar.
Com essa paixão que incendeia como o Kelud em erupção,
me ofereço sem reservas, como o mar ao horizonte.
Deixa-me ser o remédio sereno,
o verso que cura tua página em branco.
Por todos os meus dias, e além dos calendários,
é assim que te amo
como se amar fosse tocar o infinito
sem jamais temer a queda.