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Insignificância parlamentar

Natural de Patos, Hugo se acha uma águia, mas acabará como avestruz

Publicado

Autor/Imagem:
Wenceslau Araújo - Foto Editoria de Artes/IA

Refém de sua própria insignificância parlamentar, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) se transformou em juiz dele mesmo. Um zero à direita que se elegeu presidente da Câmara com auxílio do Divino Espírito Santo, Huguinho todo prosa se acha o melhor, o mais eloquente e o maior negociador político do mundo. Não foi, não é e nunca será. As últimas votações da Casa indicam que ele está pela bola sete. Ou seria pela bola 10, número de registro do Republicanos no Tribunal Superior Eleitoral.

Tanto faz. Inábil, imaturo e truculento, ele é cria das hostes do 17 e do 22, onde sempre imperou a violência, o ódio e a insensatez. Hugo que é Motta por parte de mãe, é de Patos, mas se acha uma águia. Talvez sem asas. Não à toa, lideranças de ideologias diferentes estão até o topo de mágoa com o mocinho de cabelo emplastrado que não voa nem com reza forte. Pela vontade dos pares, ele, ao contrário, já deveria estar cantando em outra freguesia.

Apesar das rasteiras soturnas no governo de Luiz Inácio, Hugo Motta experimentou do mesmo veneno em uma madrugada recente. Com apoio de aliados, seu inimigo Glauber Braga (PSOL-RJ) também foi salvo da cassação, o que se configurou em um desmoralizante fracasso para o boyzinho da Paraíba. Como nada é de graça, os deputados incluíram no pacote salvador a presidiária Carla Zambelli.

Essa foi apenas mais uma das acachapantes derrotas de Hugo Motta. Em outubro, a Justiça paraibana arquivou um processo aberto por ele contra um sindicalista local. A causa é decorrente de alguns outdoors espalhados pela cidade de Campina Grande criticando a aprovação da PEC da Blindagem. O outdoor mostra o rosto de Motta ao centro, entre duas frases: “Eles votaram sim para proteger políticos que cometem crimes” e “O povo não vai esquecer disso”.

Como não havia mentira alguma no painel, o juiz considerou que a mensagem tratava somente de uma alusão crítica aos deputados que atuaram em favor da proposta, ao mesmo tempo em que contestava a atuação de Motta durante a tramitação do texto. O presidente da Câmara esquece que, como homem público, sua atividade parlamentar está sujeita a sátiras, contestações, opiniões críticas e até “repreensões”.

Deputado Hugo Motta, ainda que duras, deselegantes e mal-educadas, as opiniões desfavoráveis são resultado de sua pífia atuação parlamentar! No caso em análise, não houve qualquer excesso do sindicalista, pois, além de pautar sorrateiramente a PEC da Blindagem, vossa excelência trabalhou firme, e forte para aprová-la. Quem não deve, não teme. Mas, caso faça mesmo questão de não querer ser criticado, volte para Patos, enterre a cabeça na terra, coma pedra e dê uma de avestruz. Se possível, fique por lá.

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Wenceslau Araújo é Editor-Chefe de Notibras

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