Ausência
No silêncio entre dois suspiros
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No silêncio entre dois suspiros,
teu nome ecoa como sinfonia antiga,
bordada nas cortinas do tempo,
onde cada fio é feito de lembrança.
A ausência tece arabescos na alma,
como se o céu tivesse esquecido de amanhecer,
e as estrelas, tímidas, se escondessem
nos véus da madrugada que não termina.
Te amo como o oceano ama a lua
à distância, mas com marés que obedecem
ao toque invisível de sua luz.
És o verso que não se apaga,
mesmo quando o papel se desfaz em lágrimas.
O vento, cúmplice dos meus devaneios,
acaricia meu rosto com mãos de memória,
e cada flor que desabrocha no jardim
parece sussurrar teu nome em pétalas.
Neste palco onde o tempo encena saudade,
meus sentimentos dançam em silêncio,
vestidos de poesia e perfume de ausência,
esperando que o destino, em um gesto de ternura,
nos reúna no abraço que o universo ainda deve.