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A resistência

Nordeste mantém viva luta pela preservação da Caatinga de solo seco

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Autor/Imagem:
Júlia Severo - Foto Divisão de Artes/IA

A Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, cobre cerca de 10% do território nacional e se estende por nove estados do Nordeste e parte de Minas Gerais. Apesar de abrigar uma biodiversidade única no planeta, o bioma enfrenta uma batalha silenciosa contra o desmatamento, a desertificação e o avanço das mudanças climáticas.

Com mais de 4.800 espécies de plantas e centenas de animais adaptados ao clima semiárido, a Caatinga é um exemplo de resiliência natural. Espécies como o tatu-bola, a arara-azul-de-lear e o umbuzeiro mostram que a vida floresce até nas condições mais adversas.

Porém, o desmatamento para produção de lenha e carvão, a agricultura predatória e a expansão urbana já destruíram quase metade da cobertura original do bioma. Em muitas áreas, a degradação avança rápido, transformando solos férteis em terras áridas e improdutivas.

A luta pela preservação da Caatinga é travada em múltiplas frentes. Organizações ambientais, pesquisadores e comunidades locais têm se mobilizado para criar estratégias de defesa e recuperação.

Entre as ações mais importantes estão:

•Criação de unidades de conservação, como o Parque Nacional da Serra da Capivara (PI) e o Parque Nacional do Catimbau (PE).

•Projetos de reflorestamento com espécies nativas, para recuperar áreas degradadas.

•Educação ambiental em comunidades rurais, fortalecendo a consciência sobre o valor do bioma.

•Apoio a práticas sustentáveis, como a agroecologia e o manejo florestal comunitário.

Moradores do semiárido têm papel fundamental nessa luta. Muitas famílias vivem da coleta de frutos nativos, como o umbu e o maracujá do mato, e da produção artesanal de mel, ervas e óleos vegetais. Ao adotar práticas sustentáveis, tornam-se guardiões naturais do bioma.

No entanto, para que isso se mantenha, é preciso apoio governamental e políticas públicas que incentivem a economia verde, oferecendo alternativas de renda que não impliquem na destruição da vegetação.

A luta pela preservação da Caatinga é também a luta pela sobrevivência das pessoas que dependem dela. Sem medidas urgentes, o bioma pode perder sua capacidade de regeneração, e com ele desaparecerão espécies, tradições e modos de vida.

Salvar a Caatinga significa proteger um patrimônio exclusivamente brasileiro, um exemplo vivo de resistência natural. Mas essa resistência só continuará se houver união entre ciência, comunidade e políticas públicas — para que, no futuro, a Caatinga seja lembrada não como um bioma perdido, mas como um território que venceu a batalha contra o esquecimento.

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