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Sem Inteligência Artificial

Nordeste respira eleição com alpercatas sujas de árida poeira

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Autor/Imagem:
Sonja Tavares - Foto Reprodução/ABr

O Brasil (com exceção de Brasília) já respira eleições municipais, mas o aroma das urnas eletrônicas circula mais forte no Nordeste, onde o jogo a ser jogado é uma espécie de preliminar do que vem pela frente – as disputas para governos estaduais, Senado, Câmara e Presidência da República, em 2026. Na região vale mais o pisar forte das alpercatas sujas com a poeira árida do Sertão. Os candidatos a prefeito e a vereador sabem disso. E guardam na gaveta propostas de campanhas onde a Inteligência Artificial é a principal protagonista.

Nem por isso, porém, quem almeja uma cadeira a partir da votação de outubro deixa de ficar por dentro das mais recentes decisões do Tribunal Superior Eleitoral. É o caso da IA, cuja aplicação acaba de ter as regras definidas pelo TSE. Mas, como o nordestino, de maneira geral, não tem as ‘manhas’ dos sulistas, a busca pelo voto é traduzida como conversa ao pé do ouvido avalizada com um fio de bigode.

O que se observa é que marqueteiros políticos da região que reúne nove unidades federativas vão preferir utilizar velhos métodos a ter de manipular conteúdo falso para criar ou substituir imagem ou voz de candidato com o objetivo de prejudicar ou favorecer candidaturas. Também não passa pela cabeça de ninguém usar chatbots e avatares para intermediar a comunicação das campanhas com pessoas reais, como proibiu a Corte eleitoral. E errar, em casos assim, é perder a vitória conquistada no voto.

Todos entenderam o recado do TSE: a ordem é evitar a circulação de montagens de imagens e vozes produzidas por aplicativos de Inteligência Artificial para manipular declarações falsas de candidatos e autoridades envolvidas com a organização do pleito. Além disso, os caciques políticos nordestinos avaliam que o uso das redes sociais não deve servir para a prática da desinformação durante a campanha. Portanto, nada do que não seja verídico.

Como as urnas estão logo ali, a corrida, por ora, é para firmar alianças robustas. Mesmo porque, se outubro de 2024 está chegando, as eleições de 2026 ainda vão demorar. E até lá, muita água vai passar sob as pontes de rios que, antes caudalosos, hoje são leitos secos. Justamente de onde sai a poeira que suja alpercatas.

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