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Editorial

Noticiário factual e sensacionalista marca ação da PF no Master

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Diretoria de Redação - Foto Divulgação/PF

Em jornalismo, usa-se sempre o factual e o sensacionalismo para transmitir notícias. As duas versões podem ser verdadeiras, embora de extremos e enfoques distintos. Enquanto um lado se posiciona moderadamente, restrito aos fatos, outro dá um tom sensacionalista, como se buscasse papel higiênico usado para estampar em sua manchete.

Essas diferenças estão sendo observadas ao longo das últimas horas, desde que a Polícia Federal prendeu o presidente do Banco Master, abortando uma suposta fuga para os Emirados Árabes.

Simultaneamente, o Banco BRB, que estava até recentemente em tratativas para adquirir parte do conglomerado financeiro de Daniel Vorcaro, teve seu presidente Paulo Henrique Costa afastado por um período de 60 dias, por decisão da Justiça Federal, em um gesto visto como necessário para evitar eventuais ingerências nas investigações.

A operação deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (18) expôs uma vez mais as fragilidades de parte do sistema financeiro nacional. Mas, ao mesmo tempo, lançou luz sobre a conduta de instituições que, mesmo diante de oportunidades de mercado, recusam-se a atropelar a prudência, a governança e a legalidade. É o caso do Banco BRB.

Há ocasiões em que a integridade fala mais alto que o ímpeto comercial. E foi exatamente isso que se viu quando o BRB, ainda no primeiro quadrimestre do ano, identificou divergências documentais em operações vinculadas ao Master. Diante da anomalia, agiu como se espera de um banco que respeita o dinheiro que administra: comunicou o problema ao Banco Central, revisou documentos, reforçou controles internos e fez ajustes de processos para mitigar riscos.

O gesto mais emblemático, porém, foi outro, e antecedeu qualquer ação policial: o BRB suspendeu unilateralmente as negociações em curso com o Banco Master. Enquanto muitos apenas reagem a crises, Paulo Henrique Costa decidiu não avançar um centímetro sem absoluta segurança jurídica e operacional. Foi uma decisão rara no ambiente financeiro, onde pressões comerciais costumam atropelar cautelas técnicas.

É preciso reconhecer o óbvio: o BRB agiu antes da crise, e não depois dela.

Num mercado onde a prudência deveria ser regra, mas tantas vezes é exceção, a postura de Paulo Henrique revela uma direção comprometida com o interesse público, com a conformidade regulatória e com a reputação da própria instituição. Ele não esperou que os fatos explodissem para buscar distância; decidiu, isso sim, agir antecipadamente, por critério, por método e, sobretudo, por lisura.

Em nota, Paulo Henrique Costa reafirmou sua disposição de colaborar integralmente com as autoridades e seu compromisso inegociável com a transparência. Não parece mera formalidade protocolar; os atos anteriores corroboram as palavras.

Enquanto o caso Master segue seu curso investigativo, convém observar o contraste. Há quem precise explicar por que ignorou sinais de alerta. E há quem, como o BRB, possa demonstrar que os viu — e que agiu. O país precisa mais do segundo grupo.

A posição de Notibras é no sentido de sustentar que o BRB fez o que deve ser feito, ao colocar a integridade acima da conveniência. É o tipo de postura que fortalece o sistema financeiro e que, em tempos de incerteza, merece ser destacada.

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