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EUA e Europa contra Moscou

Nova ofensiva para derrotar Rússia será o estopim nuclear

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Autor/Imagem:
Bartô Granja - Foto Reprodução

Os americanos estão estocando lenha para incendiar ainda mais a guerra que travam russos e ucranianos. O clima de tensão aumentou desde a derrubada de um drone espião dos Estados Unidos sobre o Mar Negro, na terça-feira, 14. Partidários e até adversários políticos do presidente Joe Biden avaliam que a resposta deve ser dura, com os poderosos caças F15 e F16 disputando o espaço aéreo do conflito com os MiG-29 e os Sukhoi Su-34 russos. Na eventualidade de isso acontecer, o Ocidente acenderá o estopim de uma guerra nuclear que não interessa a ninguém.

O momento é delicado, seja para Washington, seja para Moscou. O senador Lindsey Graham, da Carolina do Sul, sugeriu que os militares americanos deveriam abater os jatos russos que disparam mísseis sobre a Ucrânia.  O embaixador da Rússia nos Estados Unidos, Anatoly Antonov,  respondeu com força: Moscou consideraria um ataque americano a aeronaves russas como uma declaração de guerra.

“Os apelos de alguns legisladores vão além do senso comum. Um ataque deliberado a uma aeronave russa fora dos limites aéreos americanos, não é apenas um crime de acordo com o direito internacional, mas também uma declaração aberta de guerra contra a maior potência nuclear do mundo, avisou o representante do Kremlin em solo americano.

O diplomata alertou que um confronto direto entre a Rússia e os Estados Unidos “seria radicalmente diferente da guerra por procuração que os americanos estão travando remotamente contra nós na Ucrânia”. O embaixador questionou se os legisladores dos EUA estão prontos para expor os cidadãos americanos e a comunidade mundial ao risco de uma guerra nuclear em grande escala.

O senador Graham é notório por sua postura agressiva em relação à Rússia. Em uma entrevista ao comentarista político conservador Sean Hannity, o legislador disse que os EUA deveriam derrubar aeronaves russas após o episódio do drone.

O incidente sobre o Mar Negro, recorda-se, aconteceu há 48 horas.. O Comando Europeu dos EUA informou que um drone de vigilância MQ-9 Reaper caiu e culpou o episódio em suposto confronto com uma aeronave russa SU-27. No entanto, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que os jatos nunca entraram em contato com o drone nem usaram armas aéreas para abater a aeronave espiã, que se dirigia para a fronteira da Rússia.

Os russos garantem que o MQ-9 Reaper acabou caindo no Mar Negro devido a manobras bruscas. Especialistas militares observam que o relato dos EUA sobre os eventos, implicando uma colisão com o caça russo, é irrealista, pois o Su-27 teria sofrido danos consideráveis.

Esses mesmos analistas entendem, porém, que os EUA podem se intrometer diretamente no conflito ucraniano no caso de sinais visíveis da derrota de Kiev em meio à operação militar russa na Ucrânia. Em Washington há rumores de que haverá uma participação mais direta da Otan no conflito, e que os EUA podem apoiar. Seria uma catástrofe anunciada. O presidente russo Vladimir Putin declarou, em diferentes oportunidades, que não se deixará colocar contra a parede. E seu escudo, nesse caso, seria o lançamento de algumas bombas do seu arsenal nuclear. Aliás, o maior do mundo.

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