Pesquisa eleitoral
Números sugerem cautela e papinha fria na aposta em um candidato para 2026
Publicado
em
Os dados da última pesquisa eleitoral não mentem. Luiz Inácio nunca esteve tão mal. Em baixa no mercado político, ele vem perdendo votos até nos redutos mais pobres, até pouco tempo seu grande filão eleitoral. O que está errado no governo petista? Será que tudo? Tomara que ele não tenha se aproximado daquele estágio em que a vida lembra um videogame. Nessa fase, a gente saracoteia daqui para lá e dali para acolá, pensa que está no último nível, pensa de novo e morre de repente.
Como na vida tudo é transitório e parece uma festa, é bom Lula da Silva não esquecer que, no fim da farra, terá de voltar para casa. Faz parte do jogo político. É verdade que a partida está somente na metade. Entretanto, cabalísticos ou não, os números costumam incomodar àqueles que chegam aos 45 minutos do segundo tempo sem saber a jogada certeira para virar o placar. Esses nem sempre animam a torcida e, por isso, acabam perdendo um certame que parecia ganho. Já que parecer não é sinônimo de vencer, os sinais da pesquisa são de que os treinos precisam ser diários e, se possível, em dois turnos.
Fora disso, é torcer por um zero a zero e tentar decidir favoravelmente decidir nos pênaltis. Por enquanto é tudo por enquanto. Ou seja, nada de concreto no circo chamado Brasil. Muito pelo contrário. Até agora, as informações extracampo revelam que são cinco contra um. Não sei se me entendem, mas a expressão me remete ao tempo de menino, quando era surpreendido descascando uma banana. Pelo sim, pelo não, reitero que o jogo só acaba quando termina. Conforme o instituto responsável pela pesquisa divulgada nessa quinta-feira (05), cinco nomes da direita têm empate técnico com Lula na eleição presidencial de 2026.
É um empate técnico com cara de derrota, pois todos os cinco perdem por pontos para Lula lá. Não se trata de simpatia, muito menos de antecipação de voto no candidato que a direita ama odiar. Só estou me referindo aos números apresentados à opinião pública. Mesmo em baixa e com as barbas de molho, Luiz Inácio ganharia da direita, temporariamente representada pelos governadores Tarcísio de Freitas (SP), Ratinho Jr. (PR) e Eduardo Leite (RS), pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e por Eduardo Bolsonaro, o filho 03, atualmente liderando a bancada de apoio a Donald Trump no Congresso norte-americano.
O presidente empataria com Jair Bolsonaro que, como carta excluída do baralho, não deve sequer entrar na lista de prováveis. A exemplo dos perus de fora, o improvável normalmente se limita a dar peruada. Repito que, merecidamente, o presidente da República está comendo o barro que o Diabo amassou a pedido do pastor Silas Malafaia. Contudo, ainda que muitos duvidem de seu futuro político, Lula ganha de Bolsonaro até na porrinha. Prova disso é que, de acordo com a pesquisa, 45% dos entrevistados dizem ter medo de Bolsonaro voltar, contra 40% que se apavoram com a possibilidade de Luiz Inácio continuar.
Não sou especializado em números. Desnecessário para ter a certeza de que eles recomendam cautela, mingau de aveia e muita papinha fria na hora de apostar. Embora esteja nos calcanhares esquerdo e direito de Lula, sabidamente a direita desunida e louca pelo poder vai se engalfinhar até que não reste pedra sobre pedra. Portanto, Lula da Silva ainda pode se favorecer da última penalidade e ganhar o jogo sem a necessidade dos recursos do VAR. No entanto, precisa pensar rápido em uma forma economicamente mais eficaz de dizer ao Brasil a que veio. Dois anos e meio após tomar posse para seu terceiro mandato, ele disfarça, trupica, não cai, mas não se ergue. Com base em inspirações religiosas, diria que seu anjo da guarda está gozando licença-prêmio. Queira Deus que não seja aposentadoria compulsória.
……………….
Wenceslau Araújo é Editor-Chefe de Notibras