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Calor europeu

O clima, cada vez mais louco, vira discurso geopolítico

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Autor/Imagem:
Emanuelle Nascimento - Foto Francisco Filipino

A onda de calor que atinge a Europa, com incêndios florestais e temperaturas recordes, escancara um paradoxo: o continente que ditou regras coloniais agora enfrenta os efeitos de uma modernidade que ele mesmo desenhou.

Walter Benjamin dizia que “cada documento de civilização é também um documento de barbárie”. O aquecimento global é uma dessas provas.

A Antropologia do Clima, trabalhada por autores como Anna Tsing e Deborah Bird Rose, denuncia que o colapso ambiental é, antes de tudo, colapso social. A França evacua cidades, a Espanha conta mortos, mas os refugiados climáticos do Sul global continuam a ser invisibilizados.

A ecologia política crítica propõe: o clima é uma questão de justiça. As fogueiras que consomem o Mediterrâneo são, em parte, combustíveis por séculos de extrativismo, exploração e consumo desenfreado. A Europa agora arde no fogo que ela ajudou a acender.

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