Curta nossa página


Universo

O MUNDO INVISÍVEL NO QUAL VIVEMOS

Publicado

Autor/Imagem:
Tania Miranda - Foto Francisco Filipino

A algum tempo atrás dois grandes sábios, um matemático e outro filósofo, conversavam sobre o que é real e o que não é nesse nosso Universo. Não dá para dizer qual dos dois venceu a discussão, uma vez que tal assunto é complexo… está além da nossa compreensão…

Embora tudo no mundo exista de fato, independentemente de estarmos presentes ou não, como podemos saber de sua existência se não nos dermos conta de sua presença em nosso espaço? Afinal, de certa forma, aquilo que não estamos vendo simplesmente não existe para nós…

Sei que esta é uma visão simplista do Universo. Mas pense bem… em que afeta sua vida a existência ou não de determinado objeto do qual você nunca ouviu falar? Até que lhe seja apresentada tal peça, ela simplesmente não existe, ao menos em seu Universo Particular…

Existem bilhões de pessoas espalhadas pelo Mundo. Cada uma com sua visão, suas opiniões… vivendo sua vida. Que, de certa forma, em nada interfere na vida de outras que simplesmente ignoram sua existência. Somos invisíveis para aqueles que não tem nenhum tipo de contato conosco. Ou seja, não existimos…

Assim como nós, os objetos com os quais não temos contato também não existem. Ao menos para nós. Porque, por ignorarmos sua existência, esses objetos seriam, no máximo, devaneios de uma mente conturbada, dependendo de que tipo de artefato estamos falando. Para exemplificar melhor, eu citaria uma história de ficção científica, onde muitos dos aparelhos ali apresentados existem apenas na imaginação do autor… até que alguém resolva criá-los em nosso “Mundo Real”…

Por mais estranho que soe, aquilo que você ignora simplesmente não existe. Ao menos para você. E muitas vezes, tal artefato é irreal também para sua Comunidade. Porque nenhum dos membros de seu grupo foi apresentado à novidade em questão. E quando tal acontece, a desconfiança a respeito de tal novidade é o primeiro sentimento desperto nas pessoas…

O ser humano, por mais curioso que seja, é avesso a surpresas. Quando há alguma novidade em seu espaço, enquanto não se inteira como realmente tal irá interferir em sua vida, age com cautela, sempre desconfiado sobre tal novidade. Foi assim com as invenções que a princípio lhe causaram surpresa. Depois, quando percebeu o quanto de benefício tais novidade trariam, as absorveu em seu dia a dia. Mas até esse momento, tais novidades simplesmente não existiam. Não no Universo Particular de cada um. Nem mesmo para seu núcleo social…

Sim, somos invisíveis como indivíduos. Em realidade, acabamos como massa de manobra. Porque, se formos convencidos a seguir determinada linha simplesmente o faremos. Basta que nos convençam que determinado caminho seja o melhor para a Comunidade como um todo. Como você acha que os Dirigentes dos vários núcleos sociais que convencionamos chamar de “países” conseguem levar seu povo a participar de conflitos armados quando, em sã consciência, jamais levantariam sua mão contra seus iguais? A resposta é simples… não são “seus iguais”, porque para eles os outros simplesmente não existem…

Nenhum de nós existe individualmente. Ao mesmo tempo estamos presentes no espaço, fazemos volume. Mas… bem, para que você “exista”, de fato, tem que cumprir certas exigências… a primeira delas, a principal, é estar inserido em algum núcleo social. E é quase impossível tal não acontecer. Afinal, estamos sempre fazendo parte de algum grupo, não é mesmo?…

Mas é justamente esse o ponto. O fato de necessitarmos validar nossa existência faz com que, muitas vezes, sigamos linhas de conduta que, de outra forma, jamais seguiríamos. Muito se fala que, quando uma nação entra em conflito com outra, o grupo mais forte só tem o poder de oprimir a mais fraco porque as “pessoas de bem” simplesmente se omitem, deixam de agir conforme sua consciência. Mas sabe porque isso acontece? Bem, expliquei tal conduta já na primeira linha… é que para essas pessoas, as outras simplesmente não existem… são no máximo fantasmas que apareceram para assombrar a realidade pacata na qual viviam…

Se quiser entender melhor tal conceito, basta olhar ao seu redor… quantas pessoas em situação de miséria cruzam diariamente seu caminho? E quantas você realmente nota? Provavelmente nenhuma. Porque estas são invisíveis para você, não fazem parte de seu Universo, não fazem parte dos círculos que você frequenta. Se você não sabe que elas existem, bem… ao menos em seu mundo particular elas realmente não existem…

Como resolver tal situação? De certa forma, teríamos que seguir o exemplo da Matrix, o filme… despertar do mundo letárgico no qual vivemos e encarar a vida real, com todos os desafios e percalços que dela fazem parte. Um dia, talvez, consigamos tal intento. Mas, até lá, a divisão entre as pessoas continuará a existir…

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2025 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.