Mulher de oitenta
O nosso Cadu Matos não é mais um velho, mas um senhor de meia idade
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Gente, não é etarismo, só brincadeirinha, tô com 79 anos no lombo!
Li na internet que a Organização Mundial de Saúde (OMS) redefiniu os conceitos de jovem, meia idade e idoso da população. A juventude se estenderia dos 18 aos 65 anos; a meia idade, dos 65 aos 79; a faixa dos idosos, dos 80 aos 100 anos; e foi instituída uma nova categoria, a dos idosos de longa vida (não confundir com o leite de nome similar), que iria dos 100 até o atleta esticar as canelas.
O que teria levado a OMS a realizar a reclassificação foi a extensão de vida cada vez maior das pessoas e suas melhores condições de saúde, graças a uma alimentação mais adequada, à prática regular de exercícios físicos, coisas assim.
“Legal”, pensei. “Deixei de ser um véio para me transformar em um senhor de meia idade. Vai que, em uma futura reclassificação, me torno um jovenzinho de 79 primaveras…”
Só que, infelizmente, não era verdade, a OMS, essa marvada, não reclassificou porcaria nenhuma. Fake news da cascuda. O que não me impediu de pensar que os 80, especialmente para mulheres, são os novos 30. O que me remeteu ao romance A mulher de trinta anos, do francês Honoré de Balzac. O que me encaminhou para a composição Mulher de trinta, dos brasileiros João Nogueira e Miltinho.
E aí encaçapei, ou melhor, pastichei. Respeitável público, tenho a honra de apresentar a canção Mulher de oitenta, de autoria deste escriba:
Você mulher,
Que já viveu,
Que muito deu,
Aguenta.
Tem muita lenha pra queimar,
Posso ajudar, mulher de oitenta.
Em meus abraços,
Entre meus braços,
No meu colinho
Senta.
É bom fazer,
Façamos nós,
Eu e você, mulher de oitenta.
Mantive o refrão “Amanhã sempre vem. E o amanhã pode trazer alguém”.
Traz sim. E o pior é que esse alguém pode ser a Magra, a Foiçuda, a Indesejada das Gentes. Vade retro!