Rombo aqui e acolá
O Pix e os novos riscos que surgem com a vida digitalizada
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O ciberataque ao sistema Pix, com prejuízo bilionário, revela o paradoxo do avanço tecnológico no Brasil. Somos um país em que a digitalização dos serviços chega mais rápido que a compreensão social sobre seus riscos.
Bruno Latour já dizia que a tecnologia carrega a política consigo. Nossos dispositivos e sistemas também são arenas de poder.
A Antropologia da Tecnologia nos ajuda a ver que os sistemas digitais são como “entidades morais”: moldam comportamentos, redesenham relações e criam novas vulnerabilidades. O Pix, criado para a inclusão financeira, agora expõe os corpos pobres ao roubo e à exposição de dados.
A gente que acredita no progresso, no Brasil que resolve as coisas com um clique, sente na pele o que significa confiar num sistema sem garantias. Eu mesma uso o Pix todo dia, mas agora, confesso, envio com medo. O risco é parte do pacote do “avanço” quando ele não vem com proteção cidadã.