O povo voltará às ruas contra o Congresso inimigo do povo

Já estão marcadas novas manifestações contra o Congresso. Será no dia 14 de dezembro, e eu não poderia concordar mais com a ideia de ir às ruas. A população tem todo o direito e, até o dever de protestar. Afinal, o Congresso não nos dá um minuto sequer de paz. É um desassossego contínuo, uma sucessão de decisões que afrontam a democracia e testam a paciência do país inteiro.

A gota d’água veio agora, com a Câmara dos Deputados aprovando, às escondidas, sem imprensa e de madrugada, o famigerado PL da dosimetria, que diminui a pena dos golpistas. Um ato de covardia, para não dizer golpismo explícito. Eles sabiam que, à luz do dia, com a sociedade acompanhando, seria impossível aprovar tamanha aberração. Então escolheram a escuridão, o silêncio, o horário em que o Brasil dorme. É sempre assim quando alguém quer cometer um atentado moral e institucional: escolhe a madrugada.

E é claro que o povo vai protestar. Como não iria? Quando o Congresso trabalha contra o país, a resposta natural é que a sociedade ocupe as ruas. E, pelo perfil dessa legislatura, essa mistura tóxica de autoritarismo, oportunismo e desprezo pela opinião pública, tudo indica que essas não serão as últimas manifestações. Pelo contrário: o Congresso está fazendo de tudo para convocar o povo, mesmo sem querer.

A verdade é que existe uma solução muito mais simples do que viver repetindo protestos: eleger um Congresso decente no ano que vem. Um Congresso que não se esconda, que não legisle às sombras, que não tente proteger golpistas, que não viva conspirando contra a democracia. Porque manifestações são necessárias, mas renovação política é urgente.

Até lá, estaremos nas ruas novamente, quantas vezes forem necessárias.