Deu no poste e na internet...
O QUARTO MACACO DIGITAL
Publicado
em
O quarto macaco sempre esteve entre nós.
A novidade é que agora ele tem a “terceira mão”; ele não larga o celular um só segundo.
Ele não vê ninguém, não ouve ninguém, não fala com ninguém.
Só digita.
E numa velocidade alucinante com extrema destreza nos dois polegares.
Vive afogado em telas e displays, anestesiado em distrações, é o retrato de uma geração inteira que já nasceu no útero digital da internet.
Quem fecha os olhos para a injustiça, consente com ela.
Quem tapa os ouvidos para o clamor do próximo, alimenta a dor. Quem silencia diante da verdade, se torna cúmplice da mentira.
O mal não vence pela força, mas pela passividade dos que se calam.
A indiferença é o veneno que corrói a alma.
O futuro não será escrito pelos que se escondem. Ele pertence aos que enxergam além, aos que decidem se levantar.
As tecnologias inovadoras, como, por exemplo, a IA e as redes/internet e o fone celular podem ser positivas e fator de desenvolvimento econômico e social.
A questão é o uso que nós todos fazemos delas.
O quarto macaco não pensa, não reflete; ele apenas reage aos estímulos certeiros do deus-algoritmo.
Será?
Já é uma legião de milhões de macacos digitais na Era dos Extremos, Era vertiginosa e veloz. De certa forma, o escritor e pensador Umberto Eco cravou há algumas décadas o impasse da chegada da internet:
“as redes liberaram espaço a bilhões de imbecis e a democratização da mediocridade”.
Relaxe e digite. O quarto macaco veio para ficar.
……………………………..
Gilberto Motta é escritor e dublê de pensador com quarto macaco digital. Vive na comunidade pesqueira da Guarda do Embaú SC.