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Obama faz viagem à África marcada por simbolismos e desafios

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, iniciou nesta quinta-feira uma viagem carregada de simbolismo ao Quênia e à Etiópia, com a qual espera dar um impulso decisivo em sua relação com a África, o continente de suas raízes, no qual ainda não pôde concretizar um legado tão contundente como o de seus antecessores.

O avião presidencial Air Force One decolou de Washington pouco depois das 20h (horário local, 21h de Brasília) rumo a Ramstein (Alemanha), onde na sexta-feira de manhã realizará uma parada técnica para reabastecer, e dali partirá rumo a seu destino final, Nairóbi, onde está previsto que chegue sexta-feira à tarde.

Obama estará acompanhado em sua viagem de seus assessores em matéria de segurança nacional, Susan Rice e Ben Rhodes, e do porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.

Também a bordo do Air Force One se encontram uma dezena de congressistas, algo pouco habitual, que neste caso acompanharão Obama na sua visita à África.

Obama aterrissará nesta sexta-feira no Quênia, país de origem de seu pai, dentro de sua quarta viagem à África desde que chegou ao poder em 2009, com o que se transformará no presidente americano que mais vezes visitou esse continente durante seu mandato.

“Também me transformarei no primeiro presidente americano na ativa que viaja ao Quênia e à Etiópia, e o primeiro a visitar a sede da União Africana (UA)”, escreveu hoje Obama em uma coluna de opinião no jornal digital “The Root”.

O primeiro presidente negro dos EUA mostrou um interesse renovado pela África em seu segundo mandato, após receber críticas no início de sua gestão por dar pouca atenção a um continente que foi fundamental para forjar sua identidade.

A quarta visita de Obama à região é a que tem maior carga simbólica, uma vez que visitará pela primeira vez como presidente o país natal de seu pai, um queniano que só viu uma vez na vida, quando tinha dez anos, mas que lhe influenciou tanto que, em 1987, viajou pela primeira vez ao Quênia para conhecer suas raízes.

“Após visitar pela primeira vez Quênia depois de 27 anos é impressionante pensar no longe que chegou todo o continente. Esse avanço é um testamento a heróis como Nelson Mandela e líderes mundiais como os ex-presidentes Bill Clinton e George W. Bush, que fizeram históricos investimentos na África”, comentou hoje Obama.

O presidente se viu obrigado a desenvolver sua relação com a África à sombra do legado nesse continente de Clinton e, principalmente, de Bush, cujo programa de luta contra a aids foi muito mais louvado que qualquer das políticas de Obama na região.

Durante uma viagem africana em 2013, Obama anunciou seu programa mais ambicioso para o continente até agora, um investimento de até US$ 7 bilhões em um plano para dobrar o número de moradores com energia elétrica na África Subsaariana.

No entanto, a maior parte dos fundos para essa iniciativa dependia do Banco de Exportação e Importação dos EUA (Eximbank), cujo mandato caducou no mês passado e que o Congresso americano se negou até agora a renovar.

Além disso, o programa chamado “Power Africa” ainda não deu grandes resultados tangíveis, e a principal assessora em segurança nacional de Obama, Susan Rice, reconheceu na quarta-feira que sua implementação “levará tempo”.

“Acredito que o legado do presidente Obama na África não só igualará o de seus antecessores, mas predigo com confiança que o superaremos”, garantiu Rice, que destacou também o programa “Feed the Future” para desenvolver o setor agrícola no continente.

Durante sua viagem ao Quênia, Obama não visitará a cidade de seu pai, Kogelo, “por uma série de razões logísticas e de tempo”, mas vários de seus familiares, inclusive a terceira esposa de seu avô, “Mama Sarah”, viajarão para Nairóbi para se reunir com ele, segundo Rice.

No sábado, Obama participará em Nairóbi na Cúpula Mundial de Empreendedores (GES), organizada de forma conjunta pelos EUA e pelo Quênia, e renderá tributo às vítimas e sobreviventes dos atentados de 1998 contra as embaixadas americanas na capital queniana e na Tanzânia, onde morreram 229 pessoas.

Também se reunirá com o presidente queniano, Uhuru Kenyatta, que lhe oferecerá um jantar de Estado, segundo a Casa Branca.

No domingo, Obama dará um discurso dirigido ao povo do Quênia e se reunirá com representantes da sociedade civil antes de deslocar-se nessa mesma noite à Etiópia, onde na segunda-feira se reunirá com o presidente, Mulatu Teshome, e o primeiro-ministro, Hailemariam Desalegne.

Na terça-feira, Obama concluirá sua visita com um discurso perante a União Africana, com sede em Adis-Abeba, e uma reunião com a presidente da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini-Zuma.

Durante sua visita, Obama não duvidará em expressar suas preocupações sobre a democracia e os direitos humanos, especialmente na Etiópia, onde pedirá “avanços em áreas como a liberdade de imprensa, a transparência, o espaço para a sociedade civil e a oposição política”, de acordo com Rice.

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