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Do cactus à flor

Ode ao orgulho que o nordestino carrega

Publicado

Autor/Imagem:
Acssa Maria - Foto Editoria de Artes/IA

Esse orgulho que carrego, eu jamais vou dividir —
não por egoísmo, mas porque nasceu comigo,
veio grudado na pele, feito poeira de estrada
que o vento do sertão não leva embora.

A seca me deixou cego na maior dor que senti,
mas também me ensinou a enxergar por dentro:
a medir o mundo pela coragem,
a pesar a vida pelo tanto de fé,
a reconhecer grandeza até no chão rachado.

É duro, mas não entrego.
E se o destino aperta, eu aperto junto,
porque nordestino não se curva:
arriado, só o jumento;
gente daqui é de coluna inteira,
mesmo quando o dia pesa mais que o sol.
E uma coisa que não nego
— nem quero, nem posso —
é a terra onde eu nasci.

Terra de espinhos que viram flor,
de chuva que quando vem é festa,
de gente que faz da luta um ofício
e da esperança um costume antigo.
No Nordeste, o orgulho não é escolha:
é raiz.

É bandeira que se carrega no peito
mesmo quando falta quase tudo.

É a certeza teimosa
de que quem nasce aqui
aprende cedo a ser forte
para nunca deixar de ser grande.

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