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Estar atentos e fortes

Ódio que bolsonarista exala é perigoso mas não intimida

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Autor/Imagem:
Giulia Afiune/Via Agência Pública de Jornalismo Investigativo Foto de Arquivo

Você sentiu medo de mostrar sua posição política em algum momento nesta eleição? Medo de usar adesivos do seu candidato, de vestir uma roupa de determinada cor, ou de declarar seu voto abertamente? Se sentiu, você não está sozinho. Em pesquisas recentes, sete em cada dez brasileiros disseram que temem sofrer agressões por expor sua visão política e 9% disseram que poderiam não sair para votar por medo da violência política.

O medo é um dos efeitos da escalada de casos de violência relacionados à eleição deste ano. Desde julho, quando o petista Marcelo Arruda foi brutalmente assassinado por um bolsonarista em sua própria festa de aniversário, a imprensa tem noticiado uma série de casos de brigas e ataques motivados pela disputa eleitoral de 2022.

Aqui na Pública, entendendo a importância desse tema, decidimos ir além: mapeamos e checamos, um por um, todos os casos de violência eleitoral que conseguimos encontrar no país desde o início da campanha, em 16 de agosto. Juntamos uma equipe de 10 repórteres e 4 editores para investigar cada caso e contar essa história completa para você.

Foi assim que descobrimos que houve pelo menos 148 casos de violência eleitoral durante a campanha, uma média de 3 casos de violência eleitoral por dia. Quase metade dos casos tiveram violência física, 17% envolveram armas de fogo e ao menos 6 pessoas foram assassinadas por motivos políticos nesse período. Além disso, mostramos que houve 58 episódios de violência contra mulheres, 11 casos de violência com teor racista, e 10 ataques contra jornalistas.

Em um deles, a frase proferida por Bolsonaro para atacar a jornalista Vera Magalhães em um debate em agosto passou a ser repetida por seus apoiadores em ataques subsequentes. E em 36% dos casos, os ataques foram cometidos por apoiadores de Bolsonaro. São exemplos claros de como o discurso bélico do presidente se transforma em ataques reais — e nós só conseguimos mostrar isso analisando esses casos em conjunto, e não como episódios isolados.

Um dos efeitos perversos desse governo é que ele colocou um alvo em populações vulneráveis, como indígenas e a comunidade LGBT+, e em qualquer pessoa que defenda as coisas que ele ataca. Pessoas como nós: defensores de direitos humanos, professores, mulheres, jornalistas.

Mas nós não podemos deixar o medo nos paralisar. Aqui na Pública, em nenhum momento deixamos a retórica odiosa do presidente nos intimidar. Desde o início do governo Bolsonaro estamos investigando os abusos e injustiças que ele comete e até hoje, a 8 dias do segundo turno, seguimos pensando em novas pautas para mostrar os perigos reais que ele representa para o Brasil. Essa é a nossa responsabilidade num momento como esse. E fazemos isso para pessoas como você, que entendem esses riscos e valorizam o jornalismo de qualidade que faz frente ao autoritarismo.

Nós vamos precisar de cada vez mais gente do nosso lado para manter nosso jornalismo firme e forte, independente do resultado dessa eleição. Por isso, hoje quero fazer um convite para você se juntar às milhares de pessoas que formam a comunidade de Aliados da Pública. São pessoas que nos apoiam porque acreditam no jornalismo sério e valente da Pública, que investiga a fundo e não se deixa intimidar. A hora é agora: apoie nosso trabalho hoje e nos ajude a fazer cada vez mais.

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