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É f*&% não cabe para damas

Os derrotados morrem, mas para os vencedores a vida fica para a eternidade

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Edna Domenica - Foto Irene Araújo

A tal história do venezuelano, em Floripa, foi assim… Uma amiga e eu fomos num local chamado “Afstrudel” que fica ao lado de uma barbearia. O amistoso e eficiente dono do estabelecimento nos acomodou numa mesa ao ar livre bem próxima à barbearia de onde saiu um rapaz que permaneceu à porta de onde prestava atenção ao que dizíamos. Quando resolvi inseri-lo oficialmente na nossa conversa, percebi que falava espanhol.

Com o tato de quem se ressente de ser tratada como forasteira por não ter nascido aqui, conduzi o assunto para o fato do moço ser estrangeiro, justamente em Floripa. Perguntei-lhe se era chileno. Ele disse que era venezuelano. Perguntei sobre a situação política de seu país e ele disse que lá havia acontecido o mesmo que aqui nas eleições. Daí eu questionei se isso queria dizer que ele confirmava que lá houve normalidade democrática nas eleições. Mas ele disse que não.

Prossegui com perguntas, mas ele escorregava delas, dizendo que não entendia o que eu falava. Na tentativa de inseri-lo na defesa da soberania brasileira, considerei oportuno ensinar-lhe o quite cidadania, ou seja, falar em bom português: “sem anistia”, “as urnas eletrônicas são confiáveis”, ” não existe escola sem partido”, “a escola pública brasileira é laica e civil”…

Interrompi a aula, digo, a conversa, quando notei que após várias frases que eu disse, ele retrucou com ” é fod*!”

– Olha aqui, moço branco, essa expressão que está usando não pode ser dita para duas senhoras como nós!

Acontece que o patético venezuelano continuou querendo me alfabetizar na cartilha da extrema direita, e me perguntou se eu tinha religião.

Respondi-lhe que, quando Deus se mete em política, eu não tenho.

Perguntou-me se eu achava que “morreu acabou”.

Eu disse que não sabia, pois minha prima médium e bolsonarista só dá mensagem de espírito desencarnado israelense… Então só posso concluir que ” morreu acabou” vale apenas para os “vencidos”.

Para os vencedores, a vida é eterna.

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