Os segredos do lado oculto da Lua que intrigam os cientistas

Desde que o homem voltou seus olhos para o céu, a Lua se tornou um objeto de fascínio, inspiração e mistério. No entanto, há uma face do nosso satélite natural que permaneceu oculta da visão humana durante milênios: o chamado “lado oculto da Lua”.

Diferente do que muitos pensam, o “lado oculto” não é permanentemente escuro. Ele recebe a mesma quantidade de luz solar que a face visível da Terra, mas nunca pode ser observado diretamente do nosso planeta devido à rotação sincronizada do satélite. Esse fenômeno fez com que apenas em 1959, com a sonda soviética Luna 3, o mundo tivesse acesso às primeiras imagens dessa região enigmática.

A grande surpresa dos cientistas foi notar que o lado oculto apresenta características geológicas distintas:

• Menos mares lunares (planícies escuras formadas por lava solidificada) do que a face visível.

• Mais crateras de impacto, o que indica uma história marcada por choques cósmicos mais intensos.

• A presença de uma crosta mais espessa, que até hoje intriga astrônomos e geólogos planetários.

Com missões modernas, como a chinesa Chang’e-4, que em 2019 pousou no lado oculto pela primeira vez, novas informações têm surgido. Entre elas, dados sobre minerais inéditos e a detecção de uma estranha anomalia gravitacional na região da Bacia do Polo Sul-Aitken, uma das maiores crateras de impacto conhecidas no Sistema Solar.

Essas descobertas podem ajudar a explicar a formação da Lua, seu papel na estabilização do eixo da Terra e até mesmo fornecer pistas sobre os primórdios do Sistema Solar.

Explorar o lado oculto da Lua deixou de ser apenas uma questão de curiosidade científica. Ele pode ser estratégico para a instalação de radiotelescópios protegidos das interferências da Terra e até para futuras bases lunares. Assim, o lado oculto deixa de ser um território de sombras e se transforma em uma chave para o futuro da exploração espacial.

Enquanto os cientistas desvendam seus segredos, o imaginário humano continua a projetar ali mistérios, lendas e perguntas sem resposta. Afinal, a Lua sempre foi mais que um satélite: é um espelho dos nossos próprios anseios pelo desconhecido.