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Apologia ao crime

Para azar dos golpistas, ainda há juízes no Brasil

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Autor/Imagem:
Mathuzalém Júnior

Faz uma semana que o mundo, Donald Trump e o estafe principal da Casa Branca estão de olhos bem abertos no Brasil, na 1ª. Turma do Supremo Tribunal e, principalmente, nos movimentos maldosamente criminosos da bancada bolsonarista da Câmara e do Senado. Não se trata apenas de um julgamento jurídico, o mais importante da recente história do país, mas de um evento ampla e temerariamente politizado, cujo desfecho influenciará nas eleições do ano que vem e deverá manchar em termos definitivos a imagem já impregnada de bandalheiras do Congresso Nacional.

Apesar das manifestações de ruas, da desinformação decorrente do acúmulo de escrotas fake news do abusivo telemarketing dos bolsonaristas, a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de parte da cúpula do antigo governo me parece mais óbvia do que o número quatro como resultado da soma de dois mais dois. Como dizem os médicos para seus pacientes terminais, o quadro é irreversível. Parafraseando a mim mesmo, falta somente o relator da ação penal, ministro Alexandre de Moraes, definir a soma da pena de Bolsonaro e de seus parceiros golpistas.

Nos bailes de debutantes, batizados, casamentos e até em velórios, o tema dominante é o tempo em que os descarados, destrutivos e desagregadores antipatriotas mofarão na cadeia. Há quem aposte em um mínimo de 40 anos. Outros chegam a 50. Eu ainda não tenho opinião formada, mas, aos que me perguntam, respondo que torço por qualquer quadra de anos que simbolize punição severa para todos que sabidamente afrontaram e afrontam a democracia ao tentar tirar do poder um governante legitimado pelo voto popular.

Pouco importa que sejam 10, 20 ou 100 anos. Importante é que eles paguem pelos crimes cometidos. Aliás, com a condenação em via de confirmação, hoje o mais relevante é a população brasileira do bem, representada pelos ministros do STF e pela parte boa do Congresso, se unir contra a irresponsável facção criminosa formada por parlamentares desatinados que dormem e acordam buscando ferramentas para destruir a nação, fragilizar as instituições democráticas e, sobretudo, enlamear carreiras baseadas em normas e na moralidade.

Seus eleitores, a brasilidade e as necessidades do povo não passam de detalhe para a milícia travestida de congressistas. Em lugar de apresentar propostas capazes de garantir cada vez mais a soberania do Brasil, os adeptos da Coluna Bolsonaro trabalham para rasgar a Constituição de 1988 e transferir o Código Penal para a lixeira defronte ao Congresso. Muito mais do que anistiar bandoleiros golpistas e bárbaros fanatizados, o projeto que visa a liberar plena e irrestritamente Jair Bolsonaro e seus comandados é uma verdadeira apologia ao crime.

Com o absurdo do liberou geral, os deputados e senadores bolsonaristas pretendem transformar o Brasil em uma república sem lei. A aprovação de tal aberração significará a instalação do vale tudo no país. Tudo será permitido, inclusive associar publicamente o Congresso e os congressistas ao crime organizado. Senhores parlamentares, o Brasil não é um circo. O Brasil merece respeito. Parem com a palhaçada e comecem a honrar os votos conquistados nas urnas. Chega de frescura. Bolsonaro perdeu a eleição, fracassou no golpe e tem de ser punido. Para azar de vossas excelências, ainda temos pessoas sérias entre nós. Melhor do que tudo é a certeza de que ainda há juízes em Berlim. Digo no Brasil.

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Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

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