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Volta do fascismo

Parlamento Europeu teme comando da extrema-direita na Itália

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição - Foto Reprodução

A vice-presidente do Parlamento Europeu, Katarina Barley, está preocupada com a liderança da coalizão de centro-direita nas eleições parlamentares antecipadas na Itália. Ela acredita que a líder do partido Irmãos da Itália, Giorgia Meloni, que deve ser a primeira-ministra italiana, seguirá o exemplo de políticos como o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban.

“Giorgia Meloni se tornará uma primeira-ministra cujos modelos políticos são Viktor Orban e Donald Trump”, disse Barley ao jornal alemão Welt, acrescentando que a liderança da coalizão de centro-direita “é preocupante”.

A extrema direita conquistou neste domingo (25) o poder na Itália, a terceira maior economia da União Europeia, com uma vitória histórica do partido de Giorgia Meloni nas eleições legislativas. Pela primeira vez, desde 1945, o país está prestes a ser governado por uma liderança pós-fascista.

O partido Irmãos da Itália, liderado por Giorgia Meloni, consolidou-se como maior força política neste domingo nas eleições no país, com 26% dos votos. O resultado é sem precedentes desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

“Se fomos escolhidos para governar este país, nós o faremos por todos os italianos, com a vontade de unir o povo e de nos concentrarmos naquilo que nos une, e não naquilo que nos divide”, disse, em um discurso logo após o anúncio dos resultados. “Chegou a hora da responsabilidade.”

A aliança de direita dirigida pelo partido de Meloni teve, no total, mais de 43% dos votos, além da maioria na Câmara dos Deputados e no Senado. A coalizão é formada pelos aliados de extrema direita do partido Liga, de Matteo Salvini, e Força Itália, do conservador Silvio Berlusconi, que tiveram, respectivamente, 9% e 8% dos votos.

O Partido Democrático (PD), principal formação de esquerda, não conseguiu mobilizar o eleitorado para frear o avanço da extrema direita e teve 19% dos votos.

Já os antissistema do Movimento 5 Estrelas (M5E) obtiveram cerca de 17% dos votos, abaixo da pontuação histórica de mais de 30% alcançada em 2018, porém acima do que apontavam as pesquisas de opinião.

“Segundo as pesquisas de boca de urna, trata-se de um resultado histórico. A coalizão de direita obteria a maior porcentagem de votos registrada por partidos de direita na Europa ocidental desde 1945”, afirma o centro de estudos italianos Cise.

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