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Talibãs do Brasil

‘Patriotas’ usam fake para evacuar na cabeça de quem trabalha

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Autor/Imagem:
Wenceslau Araújo - Foto de Arquivo

Ainda mais violentas e duras do que as do Rio Grande do Sul, as repentinas inundações do Afeganistão já contabilizam 320 mortos e mais de 1.6 mil feridos. Por aqui, o número oficioso de vítimas fatais não chegou a 150, com cerca de 900 feridos. No entanto, o quantitativo de desaparecidos, desabrigados e desalojados é parecido. A catástrofe afegã guarda pequenas similaridades e grandes diferenças com as enchentes gaúchas. Governado por extremistas denominados talibãs, o povo daquele país asiático vive como animais. No Brasil, nossos talibãs, apelidados de “patriotas” são os próprios.

Lá, depois da merda em que meteram o Afeganistão, os terroristas metidos a políticos querem evacuar ruas, praças, avenidas e lugarejos. Por aqui, os estagiários de políticos e doutorandos em terrorismo usam fake news para literalmente evacuar na cabeça do povo que trabalha para atenuar o sofrimento dos gaúchos. Pior é que, aqui, a evacuação não se limita ao que comem, mas principalmente ao que gostariam de comer e não podem. Vem daí a inveja sofrida, calculada dos evacuadores de plantão. Poderiam, mas não fazem, evacuar na cabeça daquele que morre de inveja de Lula da Silva e, por essa razão, torceu e torce pelo Brasil catastrófico.

Acho que essa hipótese é desnecessária, na medida em que, a exemplo dos líderes talibãs, ele é o próprio ato de evacuar. Além de doses cavalares de bosta destilada pelo intestino mal-acabado dos que nasceram de uma evacuada mal dada, a inveja tem o péssimo hábito de se disfarçar de pessoas do bem. Por definição, o sentimento é mero reflexo dos infelizes, frustrados, insatisfeitos e inconformados. Para os leigos e para os que usam a desinformação como produto da má índole, a inveja talvez seja um pecado envergonhado.

É por isso que eles, embora sejam, não admitem que são invejosos. Coisas da natureza das pessoas que não aceitam o fato de o cidadão que atende por mito ser taxado como o maior fiasco político dos séculos XX e XXI. E não é só político, mas deixemos de lado, por exemplo, eventuais comentários sobre o suposto passado de atleta de rinha de galo, principalmente a respeito do pavio que faz tempo não acende mais. Melhor culpar as mudanças climáticas pelo desconhecimento de sua ex-alteza do jet-ski das besteiras produzidas durante seu estragado e jumentício mandato presidencial.

Sem normas, regras, rumo e prumo, o período é, para boa parte dos brasileiros, similar ao caviar dos versos do sambista Zeca Pagodinho: poucos viram ou conheceram. Só ouviram falar. Os surfistas Pedro Scooby e Lucas Chumbo são as novas vítimas dos talibãs brasileiros. Longe do carisma, do voluntarismo e da capacidade reprodutora dos rapazes, as imbrocháveis cavalgaduras nacionais optaram por entender que a renomada internacionalmente dupla de surfista estava em Porto Alegre e demais cidades gaúchas para aparecer. Pode ser! Entretanto, as antas faladeiras nem por lá apareceram.

Torcendo pelos afegãos, afirmo que, após consultar simultaneamente os búzios, o tarô, o terecô e os caboclos de frente e de trás, soube por fontes espirituais fidedignas que o caos do Rio Grande do Sul passará. Quanto aos negacionistas da natureza, os depositários infiéis das fake news ou simpatizantes do ex-presidente do contra, sugiro uma rápida leitura no Poeminho do Contra, de autoria do gaúcho de todas as vozes Mário Quintana: “Todos esses que aí estão, atravancando meu caminho, eles passarão. Eu passarinho!”. Aproveitando o lirismo do sujeito poético passarinho, que é sinônimo de liberdade e de leveza, sugiro à patriotada que vá evacuar na fufaquefariu.

*Wenceslau Araújo é Editor-Chefe de Notibras

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