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Jornada caatinguentas/Paraíba

Pedra da Boca

Publicado

Autor/Imagem:
Gilberto Motta - Texto e Foto

Eu vi as pedras cantarem

Compreendi que o cristal tem a forma do que forma

Topei com a flor sobre a pedra

Cada pedra nasce na bolha

De ar que o vulcão expele

Filhas da magma escaldante

Fluxo de químicas calcinantes

No caldeirão borbulhante

Destilam a Pedra de Toque

Diferentes naturezas formam pedras

Únicas com ânima e luz

E buscam o coração da Terra

Retornam cósmicas ao Sol

Jornada de eras

Poeira de estrelas

Botina rachada

Marcas no pó da pedra-estrada

Aspereza e água

Estocadas em mandacaru

Olho para o céu-sertão-azul

E penso em Virgulinos

Miro nos olhos-cegos do caprino

Olho para o céu e penso no tempo:

Será que vai chover?

…………………………………….

Gilberto Motta é escritor, jornalista, mestre acadêmico e pesquisador cultural. Pedra da Boca é um dos poemas do livro PORTUÍNAS, onde destacam-se alguns poemas livres escritos durante a viagem de pesquisa pelo sertão do Estado da Paraíba, em 2029. Hoje, vive numa pequena aldeia de pescadores da Guarda do Embaú SC.

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