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Pacheco ganhou. E daí?!

“Perdeu, Mané, não amola”, ainda vai continuar na garganta

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Fernando Tolentino - Foto Geraldo Magela

A vontade era dizer ‘Perdeu, Mané, não amola’ para o primeiro direitista, o primeiro bolsonarista que surgisse pela frente.

Mas não há como negar. Essa vontade expressa no fundo a sensação de alívio que esse resultado provocou na esmagadora maioria da base política de Lula.

Tinha-se a expectativa de que Rodrigo Pacheco não apenas ganhasse, mas aplicasse um “chocolate” no bolsonarista Rogério Marinho. Se não como o resultado de Artur Lira na Câmara, no alto de seus 464 votos, mas também uma vitória acachapante.

Mas, mesmo nas sombras, o fugitivo ex-presidente resolveu partir para o corpo-a-corpo e, logo, parte da mídia passou a sinalizar com um forte crescimento de Marinho.

Ainda na manhã que antecedeu a vitória de Pacheco, os bolsonaristas chegaram a anunciar uma provável virada.

Há, portanto, sim, o que comemorar no placar de 49 a 32. Afinal, significa 60,5% para Pacheco e 39,5% para Marinho, uma vantagem considerável, capaz de deixar claro que o presidente Lula é majoritário no Senado.

Mas (alto lá!) dá pra dizer que o fujão conseguiu o que talvez lhe bastasse. Número suficiente para que não se duvidasse que ele ainda existe e para encher o saco do governo Lula.

Uma emenda constitucional exige justamente 49 votos. Ou seja, cada senador que votou em Pacheco tende a cobrar caro pelo apoio nesse tipo de votação. E ficou claro que a extrema-direita, sob controle do ex-presidente tem número bem acima dos 27 (um terço) exigidos para convocar uma CPI.

Fica claro o relacionamento confortável que Lula terá com a Câmara dos Deputados, bastando ajustar as contas com o presidente Artur Lira.

Mas o Senado vai exigir cuidados especiais, de Lula e do presidente Pacheco. Além do que essa relação com os senadores será naturalmente ditada também por sua interação com a opinião pública.

Boa sorte, Lula!

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