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Weintraub, o Fugitivo x Costa, o Anti-cotas

Perseu corta a cabeça da Medusa e cai do cavalo

Publicado

Autor/Imagem:
Mário Camargo

Bastou Abraham Weintraub esvaziar as gavetas no Ministério da Educação para os antigos fiéis escudeiros da pasta começarem a revelar o que realmente acontecia nos bastidores das políticas educacionais do governo de Jair Bolsonaro.

Pouco antes da saída de Weintraub, agora apelidado de ‘Fugitivo‘ por seus desafetos, a comunidade acadêmica viu cair em seu colo, com o peso de um pesadelo, a revogação das cotas raciais nas pós-graduações nas universidades federais.

Na surdina, como costuma acontecer com os malfeitos desde que o capitão chegou ao Planalto, a portaria que garantia as cotas foi revogada. Já o novo ato não descrevia sobre o que dispunha o ato revogado.

No ministério, porém, ninguém atribui a revogação ao agora ex-ministro, que se imaginava Perseu que refletia no espelho a imagem de um mito.

Na realidade, a eminência parda no Ministério da Educação era o professor-doutor Ricardo da Costa, que ensina História Medieval na Universidade Federal do Espírito Santo.

A Costa, visto nos labirintos do MEC como Medusa, coube, sim, iniciar o estudo sobre as bases legais para as cotas e, consequentemente, dar o pontapé inicial para a derrubada da portaria.

Medusa, que deixou Brasília – e o cargo – coincidentemente pouco antes de Perseu cair do cavalo, era visto como o verdadeiro ideólogo do ministério.

Trazido à capital pelo então ministro Ricardo Vélez Rodriguez, O Breve, Ricardo da Costa, portador de um pesado currículo na área acadêmica, causava furor até mesmo entre os bolsonaristas, que o viam como a mente brilhante por trás do ministro.

Agora, com a queda de Weintraub, curiosamente ocorrida após a discreta saída do ideólogo direitista adepto do ultra-conservadorismo, a pasta encontra-se acéfala em busca de uma nova bússola.

Mitologia à parte, será um Deus nos acuda até que Olavo de Carvalho, consultando os astros, coloque, lá dos Estados Unidos, onde Weintraub se escondeu, um ponto final nos descalabros do bê-a-bá. Ou, como diria Stanislaw Ponte Preta, que se assuma de vez o Febeapá – Festival de Besteira que Assola o País.

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