Entrevista/Betine Daniel
Perto de lançar seu quarto livro, escritora põe as cartas na mesa
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Betine Daniel, nascida em 1981, no Rio de Janeiro, onde vive, é formada em Letras e servidora pública. Publicou os livros ‘Uma casa perto de um vulcão’ (Patuá, 2018), ‘Ainda ancora o infinito’ (Moinhos, 2019), ‘Corpo-esconderijo’ (Libertinagem, 2024) e está lançando ‘Harpia harpyja’ (Caravana, 2025). É também autora da plaquete ‘Irmanações (ou) Poéticas Fractais’ (Primata, 2024), escrita em parceria com seu irmão, Teofilo Tostes Daniel. Já teve poemas publicados em antologias e revistas impressas e digitais.
Em uma conversa íntima e reveladora, a poeta compartilha conosco sua trajetória pessoal, marcada pela sensibilidade e pela busca por expressão. Leva-nos em uma jornada pelas páginas de sua vida, revelando os momentos que a moldaram como escritora e como pessoa. Com uma voz autêntica e afetuosa, ela nos convida a entrar em seu mundo, onde a poesia é uma extensão de sua alma.
Como a infância influenciou sua escrita?
Minha infância não foi um território narrado — foi uma geografia primitiva, feita de chuva e fragmentos, de rádios acesos, novelas das oito, vozes ecoando pelas paredes finas de um quase conjugado no Flamengo. Um quarto só — minha mãe, meu irmão e eu dividindo o escuro — TV em preto e branco, Gal cantando ao fundo, o rock nacional em alta.
Perdi meu pai — poeta — aos quatro anos. Convivemos pouco, mas fui formada por esse vazio mineral, esse continente ausente. A infância se assentou sobre ele como terra depois de uma chuva longa.
Aos oito, vivi um ano em Belo Horizonte. As montanhas me deram contorno. As ladeiras, descidas e subidas no banco de trás do Fusca do vô Fernando. A Terrinha — um sítio em Itabirito — com córrego, cavalo, encostas verdes. Pedra e lama. Mesmo depois, segui passando as férias de fim de ano lá, saboreando antes o cheiro da comida da vó Olga — nome que quase foi o meu.
Morei também nove anos em Cabo Frio (dos nove aos dezoito): o mar que também me impregnou. Colecionava pedras e cartas — modos de retenção. Nada se perdia sem antes passar pela mão.
Não escrevo sobre a infância, mas a partir das camadas que ela deixou: terra antiga, mar incessante, vagalumes imaginários. Como no poema que abre meu primeiro livro, ela é um terreno de suturas, de galhos partidos, de oceanos que nos olham de longe. A infância é paisagem: observação, relevo, sedimento. Um lugar de onde a linguagem brota — infiltrada.
Você acredita que a poesia possa transformar a sociedade?
Não acredito na instrumentalização da poesia. Não espero que ela explique, convença ou resolva. Mas confio no tipo de deslocamento que ela produz — na maneira como desfaz automatismos, reconfigura sentidos, contamina o olhar com outra vibração.
A poesia interfere na linguagem — e, ao fazer isso, interfere no mundo. Ela interrompe continuidades, rompe com o repetido, atrasa o passo da norma. Isso, para mim, é político. Não como discurso, mas como alteração de ritmo, como desarranjo mínimo e duradouro.
Creio que a poesia não transforma a sociedade de fora para dentro — mas por dentro. Atua nos modos de sentir, perceber, existir. Não muda o mundo como um manifesto, mas como algo que desarranja o plano e abre outras saídas. E quando isso se espalha, já é caminho em andamento.
Sua obra explora temas como corpo, identidade e espiritualidade. Como você define a relação entre esses conceitos em sua poesia?
Minha poesia nasce de um corpo insone — um organismo que recusa o repouso, que pulsa mesmo quando a cidade silencia. Corpo, identidade e espiritualidade não aparecem como temas isolados: eles perpassam, criando interferências e lugares de atenção sensível.
Acredito numa escrita que recuse as cisões entre pensamento e sensação, entre o vivido e o formulado. No gesto poético, pensar é sentir com acuidade, e sentir é pensar com o corpo. O poema, então, é organismo instável — feito de nervos, espectros e camadas de linguagem.
Essa relação se expressa de modos distintos ao longo da minha obra. Meus três primeiros livros — ‘Uma casa perto de um vulcão’ (Patuá, 2018), ‘Ainda ancora o infinito’ (Moinhos, 2019) e ‘Corpo-esconderijo’ (Libertinagem, 2024) — formam uma espécie de trilogia poética que investiga a escuta sensível, a memória e a presença encarnada. No primeiro, a materialidade afetiva aparece como vestígio geográfico, ligado às infâncias e à casa — um rastro permeado por ancestralidade, pertencimento e deslocamento. No segundo, a identidade se esgarça em camadas de silêncio e tempo; uma dilatação sonora estrutura o poema, e o canto se dissolve num espaço meditativo, entre o visível e o intangível. Já no terceiro, o território retorna como zona política e espiritual, abrigo e ruína, atitude de resistência e reinvenção.
Em ‘Harpia harpyja’ (Caravana, 2025), meu livro mais recente, essa relação se torna ainda mais aguda. A escrita aqui é mais febril, densa — feita de músculo e reflexo. A harpia não é apenas metáfora, e sim, postura de voo e vigília. A espiritualidade então se expressa como permanência no limiar: não como transcendência, mas como mergulho. O texto se constrói como espaço ritual entre o que se vive e o que se resiste — entre o que o corpo sabe e o que ainda não pode dizer.
Isso se relaciona diretamente com minha maneira de estar no mundo. Meu corpo é neurodivergente, o que molda uma identidade ao mesmo tempo fluida e dissonante. A experiência autista, para mim, é compositiva, rítmica. Escrevo com atenção intensificada ao detalhe, ao som, à vibração das palavras e à densidade (in)visível.
A espiritualidade, nesse contexto, faz-se mais de presença radical do que de elevação ou crença. Quase pagã, um tanto mística, intensamente material — voltada ao que escorre pelas frestas. Expressa-se por meio da fisicalidade e molda uma identidade própria.
Quais são as principais influências literárias e filosóficas que moldaram sua escrita?
Não há um ponto de partida único, mas um campo de interferências contínuas. O que molda minha escrita não é um conjunto fixo de nomes, mas o modo como certas vozes insistem, desaparecem, retornam, deslocam o eixo da atenção. Às vezes mais do que influências, são choques de dicção — encontros que provocam uma torção no olhar, uma reconfiguração súbita do pensamento.
A poesia portuguesa ocupa um lugar pulsante, sobretudo com Herberto Helder, cuja obra transforma a combustão verbal num impulso alquímico. Seus poemas não pedem decifração — exigem febre. A palavra se torna jardim em chamas.
Entre o abismo e o corpo, leio Pizarnik, Ungaretti, Hilda Hilst, Clarice Lispector, Audre Lorde, Maura Lopes Cançado, Beckett… Escritas que não buscam estabilidade, mas transmutação. Que percorrem o excesso, o silêncio, a desmontagem — em paisagens onde a linguagem treme. Essas vozes não tratam o corpo como tema, mas como limite sensível da palavra, como dobra entre o dizer e o indizível.
Dois nomes fundadores da poesia brasileira permanecem vivos para mim: Murilo Mendes, com sua imaginação metafísica e mutante; e Carlos Drummond, cuja versatilidade tensiona o cotidiano com múltiplas camadas de sensibilidade e crítica.
Na poesia contemporânea, acompanho autoras e autores que desfiguram o real com delicadeza ou ferocidade: Mar Becker, Miriam Alves, Ana Estaregui, Raquel Gaio, Wanda Monteiro, Mariana Basílio, Carlos Orfeu, Marcelo Ariel… Poetas da observação e da animalidade — onde o simbólico, o urbano e o espiritual se dobram e se contaminam.
Na poesia argentina e americana, destaco Cecilia Pavón, Eileen Myles e Mary Oliver — três modos radicais de nomear o mundo. Pavón mostra o amor e o fracasso com ironia e lirismo. Myles inscreve o desejo com fúria e impureza. Oliver apreende a terra, o vento, o bicho — com uma atenção feita de pele e musgo.
Na filosofia, leio autores que não tratam a linguagem como meio, mas como instabilidade viva. Muitas vezes é a escrita que me leva a eles: um poema me coloca diante de um impasse, e então procuro uma voz que me ajude a habitar o intervalo. Como se a teoria viesse depois do gesto.
São especialmente próximos Merleau-Ponty e Bachelard, ao iluminar a sensibilidade como instrumento de percepção e criação; Blanchot, que nomeia o fora do texto como espessura e risco; Deleuze, com sua filosofia em fuga, em vibração; e Michaux — onde ato e texto se confundem. Sua presença entre os filósofos não é acaso: ele mostra que pensamento e poesia podem nascer do mesmo delírio controlado, do mesmo impulso de errância.
Já Derrida, ao se debruçar sobre o intervalo e o rastro, empurra o discurso para as bordas — e, por isso mesmo, a mantém viva.

Como você desenvolve o processo de criação de uma obra poética? O que vem primeiro: a ideia, a imagem ou a palavra?
Quase nunca há uma ideia definida no início. O que surge é um ruído, um incômodo, algo que vibra como uma frequência ainda sem forma. Às vezes, uma palavra que irrompe sem que eu compreenda de imediato seu sentido. Ou então uma imagem se instala — exige tradução. Registro, então, não para afirmar algo, mas para descobrir o que pulsa ali.
Os poemas se constroem como colagem — não só no sentido visual, mas como método: fragmentos, cortes, sons internos, intensidades. Matéria porosa ao que o mundo emite. Mais vulnerável — e por isso mesmo mais receptivo ao que escapa à forma.
Outras linguagens permeiam esse processo com a mesma força que a palavra. Os filmes de David Lynch e Jean-Luc Godard me ensinaram a lidar com o inconsciente coletivo como zona de montagem — onde as imagens perturbam, arranham o real, deslocam o sentido. A banda Stereolab, que venho ouvindo com frequência, dentro de um retrô-futurismo, atua em mim como uma coreografia de batidas, frases em francês que tento compreender.
Louise Bourgeois e Pina Bausch, cada uma a seu modo, mostram que o movimento visual ou corporal também pode ser forma de escrita: cortar, sobrepor, ferir, remontar.
Barthes dizia que a escrita é um palimpsesto. Ferrante fala em capturar o que escapa. Eu talvez diga que o poema tenta fixar o que está à beira do apagamento — ou aquilo que ainda não nasceu, mas já vibra.
Escrevo após o expediente, depois da cidade me esgotar. A escrita, para mim, não é discurso — é excesso. Um acúmulo de forças e falhas que transborda no acontecimento literário.
E há também o barro. A Senhora D., de Hilda, acompanha-me como um arquétipo insurgente: híbrida, furiosa. Irmã da harpia, parente de Iansã e da Búfala, mas também vegetal — feita de ciclos tempestuosos e matéria invisível. Ela grafa, invade. Reinventa a carne e a palavra como regiões de reincidência e feitiço.
Você tem algum ritual ou hábito que ajude a manter a criatividade fluindo?
Não tenho um ritual no sentido tradicional. Estou no registro tenso entre víscera e vigília — talvez esse seja o modo próprio do poético. Mas há dinâmicas que são recorrentes.
Anoto no bloco de notas do celular, no meio da rua, no ônibus, em filas. Já tracei frases com o dedo no box do banheiro, desenhando palavras no vapor — frases que só existiram por instantes.
Ando escrevendo. Literalmente. Caminho com frases reverberando junto ao passo, como se o ritmo do caminhar convocasse a cadência do verso.
Gosto de digitar em movimento, mas também parada em praças, jardins, pontos de ônibus. Lugares em que o mundo comum se mostra em pequenas falhas: ruídos, hesitações. O poema, muitas vezes, acontece-me ali — entre a presença que se espera e o mundo que excede. Há algo de muito físico nesse processo, e também de não-domínio.
Temple Grandin fala de pensar em imagens como quem vê um filme interno. Às vezes, a poesia me chega assim: como uma sequência que precisa ser traduzida antes que se apague.
Sua obra aborda questões de gênero e feminilidade. Como você vê a representatividade feminina na literatura brasileira atual?
Vejo com alegria o fato de haver mais mulheres publicando, sendo lidas, editando livros, organizando eventos, participando das conversas literárias. Mas essa alegria não é sem vigilância.
Ainda persiste um certo enquadramento sobre o que se espera da escrita de uma mulher: como se ela devesse ser íntima, confessional, pedagógica. Como se o corpo feminino só pudesse aparecer de modo decifrável, domesticado — e, muitas vezes, rentável.
Acredito na potência de outras linguagens: a do simbólico, do onírico, da crítica que se manifesta em poema — e que não se submete à lógica da coerência discursiva. A escrita de uma mulher não precisa explicar a mulher. Pode sugeri-la, desmontá-la, traí-la, fugir dela. Pode fazer do feminino um campo de multiplicação — ou de sombra.
Na minha escrita, a questão de gênero aparece também como fluidez e desvio. Não me interesso por categorias fixas. Trabalho com choques entre matéria viva e o verbo, com intensidades que não obedecem ao regime binário. Às vezes é a pele que pensa; às vezes, é a linguagem que age.
A experiência autigender — esse modo de ser em que o gênero se constrói a partir de uma percepção não neurotípica — tem me atravessado. É uma relação não normativa com o corpo, com o desejo, com os afetos. E isso ressoa na forma como o poema se organiza — e escapa.
Por isso me interessam figuras híbridas. A harpia, por exemplo: mulher, ave, mito, sombra. Não cabe num molde. Tem garras, visão, voa. É forma que ultrapassa. Real porque simbólica, simbólica porque encarnada.
Gênero, aqui, não é identidade estável — é movimento entre signos, entre o animal e o menino, entre a carne e o delírio.
Quem cria a partir dessa travessia ainda precisa resistir a silenciamentos, inclusive os mais sutis. Recorro à linguagem para não repetir o que esperam. Para desfiar o contorno da voz. Para habitar, com palavras, o próprio limiar que há nelas.
De que forma sua poesia busca desafiar ou reforçar estereótipos sobre mulheres?
Acredito que o enfrentamento aos estereótipos não se dá só por negação frontal, mas por desvio. Não aciono a linguagem para explicar. Formulo a partir de uma lógica outra — de deriva, de tensão, de não acomodação.
Formulo com o vital, sim — mas não sobre ele como superfície, apenas. Elaboro a partir de uma dobra, de uma tensão entre o que se sente, o que se imagina, o que se diz e o que se cala.
Talvez minha escrita desafie estereótipos justamente ao recusar a resposta. Ao não tentar definir o que é ser mulher, mas encenar suas (im)possibilidades.
A harpia, como disse antes, é figura dessa travessia. Já foi concha, mar, tempo feito de desmoronamento e alegria. Já foi a morte enquanto simulacro do eterno. Ela não representa uma feminilidade possível — ela se desloca numa duração. E só aí se transfigura.
Essa figura metamorfoseada — essa deusa suja, essa ave, geógrafa, geômetra — carrega os verbos interditos. Uma falange de Hildas e Navalhas. Vozes que falam dos cantos escuros e, ainda assim, ressuscitam.
Não escrevo sobre a mulher. Experiência que não se reduz, desfaz o molde, que exige linguagem em estado de vertigem. Que sopra: vaza, caudalosa.
Qual é o próximo projeto literário que você está desenvolvendo? Pode nos dar um vislumbre?
Neste momento, ‘Harpia harpyja’ está em pré-venda. É uma obra que surgiu calcada nesta figura do animal — em vigília — olhos abertos mesmo no escuro. A rapina que a percorre não é metáfora, mas estado de alerta, linguagem em rasgo. O texto se constrói em fragmentos, vivências depuradas na ruína.
Mas Harpia é anterior à pandemia: gestada num tempo de pressentimento, quando o esgotamento ainda não tinha nome. Foi escrita antes do colapso, mas já carregava algo do que viria — como se vigilante de um abismo que se anunciava. Ao redor dela, agora, nascem textos que pertencem ao presente: respostas brutas ou delicadas; sensoriais, escritas depois do susto, do nomeado.
Há um trânsito de tempos nesse processo: algo entre a memória de uma luz violenta e uma linguagem mais sussurrada, mais cósmica. Esses outros escritos tenho desenvolvido com cadências distintas, pensando nas influências das divindades e dos fatos históricos como territórios de invenção — espelhos de zonas de rebentação. Tenho mais dois livros prontos, que ainda não sei quando vão sair. Penso que, depois desses, venha um hiato. Talvez, poesia em prosa.
Como você avalia o impacto de sua obra na comunidade literária e nos leitores?
Para mim, o que importa são os vínculos que a escrita acende — mesmo que de modo breve, subterrâneo ou intermitente.
Muita coisa me afeta no ritmo alucinado da vida: o trabalho, as urgências, as faltas. E é nesse mesmo ritmo que os retornos chegam — às vezes como resposta direta, outras como reverberação lenta. São retornos que vêm tanto de amizades formadas pelas redes quanto de encontros em oficinas, leituras, coletivos que também me formam: Fazia Poesia, Margem, Escreviventes, a turma do Clipe Poesia de 2023.
Chamadas literárias, oficinas, saraus e encontros são, para mim, centros de respiração — espaços onde a palavra circula como presença, troca, impacto. Não vejo a literatura como algo que se lança em busca de resposta, mas como corrente viva: escrita com os outros, atravessada pelo mundo, devolvida em formas inesperadas.
Esses retornos também me compõem. Abre caminho, um tom que antes não havia. Às vezes, um poema nasce disso — do que voltou como faísca.
Que pergunta você gostaria de ter recebido e eu não te fiz?
Talvez: qual é o ritmo da tua escrita? Ou ainda: com que ritmo ela sonha? Porque o ritmo, para mim, é o que sustenta o poema. É o que dá corpo à linguagem — seu fôlego, seu tropeço, sua vibração. Às vezes, o poema chega como sussurro; outras, como pancada. A cadência antecede o sentido. Penso o ritmo também como tempo — e, como diz Leda Maria Martins, o tempo não é linha, mas espiral. Escrevo nesse tempo espiralado, onde passado e porvir se tocam. Marie Curie, mesmo após a morte, teve seu corpo preservando traços de radiação. Acho que a escrita também: continua emitindo sinais, mesmo em silêncio. Por isso, mais do que “sobre o que é o livro?”, me interessa a pergunta: como ele pulsa? ou com que ritmo ele sonha? Porque talvez aí esteja a resposta mais viva — na frequência do poema.
Deixe algumas palavras finais aos leitores…
Agradeço em especial a você, Daniel Marchi, pela generosidade e pela paciência em me acompanhar ao longo deste percurso — especialmente pela espera diante dos lapsos, da perda das perguntas, das postergações que a vida impõe (e reinventa). Aos possíveis leitores desta longa entrevista, também agradeço pela escuta atenta — ou mesmo entrecortada. Esta conversa, que termina com perguntas alternativas e, por isso mesmo, reorganiza seus eixos, parece traduzir algo do que me move na escrita: a chance de pensar o deslocamento não como desvio, mas como forma legítima de construção.
Obrigada ao Notibras pelo espaço.
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Esgotado.
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