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Do rolé aos aplicativos

Pesquisa aponta hábitos da população brasiliense

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Autor/Imagem:
Carolina Paiva, Edição - Foto Renato Alves

Uma nova pesquisa do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) acaba e apresentar os principais resultados da terceira edição da pesquisa sobre os hábitos da população da capital federal. Nesta edição, também buscou-se ampliar o conhecimento sobre os hábitos referentes ao uso da internet e de aplicativos, adicionando questões relacionadas ao uso de redes sociais e outras ferramentas digitais. Realizada pela Central 156, foram entrevistados 3.769 moradores entre agosto e outubro de 2022.

Entre os respondentes da pesquisa, 50,17% são do sexo masculino; 49,67%, do sexo feminino; e 0,16% não tiveram o gênero identificado. Quanto à faixa etária, 29,4% têm entre 45 e 54 anos e 27,8% de 35 a 44 anos. No que se refere à renda, 21,33% possuem rendimento familiar acima de R$ 11 mil e 19,34% entre R$ 5 mil e R$ 11 mil. Sobre a situação e modalidade de trabalho, 48,4% trabalham presencialmente, 30,1% não trabalham, 12,4% estão em regime híbrido e 9,1% em teletrabalho.

Hábitos de circulação
A frequência de visitação a alguns ambientes está diretamente relacionada à idade, conforme aponta a pesquisa. Os jovens com 18 a 24 anos, por exemplo, apresentam média superior à observada nas demais faixas etárias em três dos quatro setores avaliados: empreendimentos comerciais (21,75 visitas mensais), esportes e lazer (12,04) e social/religioso (10,49). Observa-se que, na medida em que a idade avança, a média de visitas aos locais desses setores diminui.

Outro fator que influencia na quantidade de visitas dos entrevistados é o rendimento familiar: quanto maior, mais elevada é a média de visitação nos setores de empreendimentos comerciais e esportes e lazer. Entre aqueles com renda domiciliar acima de R$ 11 mil, a média de frequência aos empreendimentos comerciais (22,77 visitas por mês) é mais que o dobro do observado entre aqueles com renda de até R$ 1,6 mil (9,21). No setor de esportes e lazer, essa diferença é superior ao triplo (12,40 ante a 3,03 visitas).

O comportamento em relação à faixa etária não foi observado no setor de serviços essenciais, no qual os adultos de 45 a 59 anos (25,46) e os jovens com 18 a 24 anos (20,02) são os maiores e menores frequentadores, respectivamente. Quanto ao rendimento familiar, aqueles com renda entre R$ 3 e R$ 5 mil apresentam a maior média de visitas (25,71) aos locais de serviços essenciais e social e religioso, enquanto aqueles com renda de até R$ 1,6 mil (20,95) e acima de R$ 11 mil (7,96) a menor média, respectivamente.

Os entrevistados em regime híbrido de trabalho são os que mais frequentam ambientes de serviços essenciais (22,78 visitas mensais), empreendimentos comerciais (18,37) e esportes e lazer (11,65). Em média, os trabalhadores presenciais são os que mais visitam locais do setor social e religioso (5,64) e os remotos os que menos frequentam serviços essenciais (20,73). Aqueles que não trabalham apresentam a menor média de visitas aos empreendimentos comerciais (10), de esportes e lazer (6,03) e social e religioso (5,04).

Os setores de serviços essenciais e social e religioso registram relativa homogeneidade em relação ao rendimento, sugerindo que a frequência aos ambientes de alguns setores é limitada para aqueles com rendas menores e revelando a desigualdade de acesso a alguns serviços, especialmente relacionados aos esportes e lazer como academias e eventos culturais. Também é possível observar que o teletrabalho é eficaz em reduzir a circulação em determinados locais mesmo após o período mais agudo da pandemia.

Hábitos digitais
O uso da internet e de aplicativos para a realização de compras em supermercados ainda não atingiu o mesmo nível de popularidade do uso digital para compras com outras finalidades: somente 14,54% dos entrevistados fazem mais compras em supermercados virtualmente do que presencialmente. Quanto às compras online de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, observa-se que, na medida em que a renda cresce, maior é a parcela dos que preferem comprar esses produtos por meios digitais.

Em relação ao uso de redes sociais, o WhatsApp (85,86%) é o mais acessado, seguido pelo Instagram (68,48%), Facebook (50,99%) e Youtube (50,89%). O Telegram (17,30%), Tik Tok (16,11%), Twitter (15,42%) e LinkedIn (13,37%) não apresentam percentuais significativos. Além disso, 4,99% usam outras e 3,21% não possuem redes sociais. Como esperado, os mais jovens são os maiores usuários: 92,39% dos entrevistados entre 18 e 24 anos utilizam o WhatsApp, que é a rede com a maior aceitação em todas as faixas etárias.

Nota-se que, na medida em que a idade avança, maior é a dificuldade de acessar aplicativos e redes sociais: quase 45% dos entrevistados com 60 anos ou mais apresenta dificuldades no uso da internet para se informarem sobre serviços públicos ou privados. Entre os 62,86% que acompanham mais notícias pelas redes sociais do que pelas mídias tradicionais, como televisão e jornais impressos, a maioria são jovens: 80,07% dos que têm entre 18 e 24 anos. Entre os entrevistados com 60 anos ou mais, esse percentual é de 43,03%.

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