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Cordel da segurança

Pesquisa mostra falta de votos e tira o sono de bolsonaristas

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Autor/Imagem:
Armando Cardoso - Especial para Notibras/Foto - Reprodução

O perturbador crescimento dos adversários nas pesquisas de intenção de votos tem tirado o sono da base mais radical do bolsonarismo e azedado ainda mais o azedo humor do presidente da República. Pior é que, inquestionavelmente corretos, os números contrários aumentam à medida que os decibéis dos arroubos do mito sobem de patamar e sua imagem desce cada vez mais rápido no rumo do ostracismo político. E contra o despertar do povo não há sonho golpista que resista, tampouco fake news com intenções eleitorais que prosperem. Não custa Relembrar a mentirada da fraude contra a Justiça Eleitoral. Em verdade, tudo caminha para desaguar no mar de barafundas criadas pelo próprio mandatário, que, faz tempo, perdeu o direito de errar. Esqueceu cedo que poder algum é eterno.

Jair Messias Bolsonaro patina em todos os quesitos medidos. Tem péssimos índices de aprovação, conduz uma economia cada vez mais cambaleante e enfrenta uma série de investigações judiciais. Embora ninguém com algum senso de normalidade torça por isso, já disse que só deixa o poder morto. A maioria do eleitorado brasileiro, muitos seus ex-seguidores, conhecem caminho menos traumático para alcançar tal objetivo: a urna eletrônica. E sem voto impresso. Está aí a dica democrática para baixar a bola de mitos criados na imaginação de cidadãos ingênuos ou desprovidos de malícia e, principalmente, transformar retóricas ultrapassadas e desconexas em um meteoro que passa tão rápido que não consegue ser visto por todos.

Lembro já ter dito neste mesmo espaço que os livros nem sempre são sinceros, mas os números não mentem. Podem até conter exageros, mas erros jamais. O fato é que os índices desfavoráveis são pra lá de ruins, mas não são os únicos senões nessa nova cruzada bolsonariana no esburacado caminho rumo ao Palácio do Planalto. Todos sabiam – e informaram exaustivamente ao homi – que, no Brasil da loucura e da corda esticada bem acima dos limites do bom senso, tudo pode acontecer a qualquer momento. Tanto fizeram os que apostaram no quanto pior melhor que ressuscitaram um inimigo morto e sepultado e deram vida a um natimorto que eles mesmos ajudaram a velar.

A diferença de 20 pontos percentuais em uma disputa presidencial pode não parecer nada, mas é demais, sobretudo se considerarmos o tempo perdido por aquele que desfilou por três anos com a faca e o queijo na mão e o que falta para tentar reconquistar parte dos 150 milhões de eleitores que hoje têm certeza de que não querem mais brincar de Presidência da República. São aqueles que, após rápida consulta aos ensinamentos do Barão de Itararé, se convenceram de que não é triste mudar de ideais. Triste é não ter ideias para mudar. Reitero que, associado ao desmantelo das denúncias sem provas contra o sistema eletrônico de votação, o resultado das últimas pesquisas de intenção de votos provocou uma insônia sem fim no pessoal simpático às teses golpistas.

Deve alertar que os próximos meses serão bem piores. Em agosto, dois meses antes das eleições gerais, Alexandre de Moraes acumulará as funções de ministro do Supremo Tribunal Federal com as de presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Terá a seu lado os colegas Ricardo Lewandowski e Cármem Lúcia, cujos votos podem ser contestados, mas são amplamente favoráveis à democracia. Pior será a administração do pleito nas mãos do general Fernando Azevedo, profundo conhecedor das razões do azedume do mito. Vale lembrar que os inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos também estão sob comando de Moraes. Talvez isso não queira dizer muita coisa. Entretanto, nesse período de contendas acaloradas pode ajudar a esquentar a chapa entre Bolsonaro e parte dos ministros do STF.

Como nordestino de boa cepa, longe do burburinho político e cada vez mais seguro da inviolabilidade da urna eletrônica, meu amigo Zé, o ninja remanescente, me repassou esta semana um cordel encantado brilhantemente produzido pela Assessoria de Comunicação do TRE de Pernambuco e lido pela servidora Viviane Maria Santos.

“A urna eletrônica é segura e eficiente. Com ela, evitamos fraudes. É moderna e transparente. Alta tecnologia, registra o voto da gente. E, para utilizá-la no processo eleitoral, não se usa internet. A assinatura digital protege os resultados do começo ao final. Com o boletim de urna, quando acaba a votação, temos um documento que mostra com exatidão que ela é auditável, segura para a eleição. Outra vantagem da urna está na apuração, que é feita de forma rápida, e no dia da votação de noite nos já sabemos o resultado da eleição. Já tem 25 anos de serventia notória. Em constante evolução e com longa trajetória, a urna eletrônica é uma parte de nossa história”.

Assim como os dados dos institutos de pesquisa, tecnologia de ponta e cordel derrubam mentiras. E contra números e cordéis não existem argumentos. Ponto final.

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