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Olho na Ásia

Peste suína na África abre mercado para o Brasil

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Autor/Imagem:
Pedro Peduzzi

A peste suína africana representará uma janela de oportunidades para a exportação de carne suína brasileira aos países asiáticos, em especial para a China. A avaliação foi feita nesta quarta (22) pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),Tereza Cristina, durante audiência pública na Câmara dos Deputados.

A ministra acaba de retornar de uma viagem à Ásia, onde visitou Japão, Vietnã, Indonésia e China. “Hoje, por causa da peste africana, os chineses precisam importar muita carne suína”, disse. “E a quantidade que eles [chineses] precisam de carne suína, o mundo inteiro, junto, não tem condições de suprir”, acrescentou. “Se tivermos juízo e cumprirmos o que está no protocolo, teremos muito mercado.”

Tereza Cristina ressaltou que, para os produtores brasileiros terem sucesso na empreitada, será fundamental que o país tenha credibilidade, oferecendo produtos que cumpram todos os requisitos exigidos pela China.

A peste suína africana é uma doença altamente contagiosa que, apesar de não acometer seres humanos, se dissemina rapidamente entre os animais. De acordo com a Embrapa, o vírus foi detectado em setembro de 2018 em suínos na China e na Romênia. A doença foi também detectada em javalis, na Bélgica.

Segundo a ministra, outros países asiáticos estão passando pelo mesmo problema. No entanto, a dimensão ainda não está clara, porque até o momento os governos não divulgaram de forma clara a gravidade da situação.

A ministra já havia dito que a peste africana afetará as vendas de soja para os chineses, uma vez que o alimento é usado como ração, mas que, por outro lado, poderia representar oportunidades para a exportação de carne de porco. “Imagina 200 milhões de animais a menos consumindo soja”, disse, durante a audiência.

No primeiro trimestre de 2019, as vendas de soja triturada do Brasil para China (US$ 4,75 bilhões) corresponderam a 9% do valor arrecadado com o total de exportações (US$ 52,6 bilhões). No período, de cada US$ 100 que o país captou com a venda do produto em todo o mundo, US$ 77,48 vieram da China.

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