Bebel e Clarinha
Pets, presenças preciosas com quem se chega a trocar confidências
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Algumas experiências da vida só quem já passou sabe o que significam. Ter um pet é uma delas. Hoje eu tenho duas cadelas, a Bebel e a Clarinha, e é difícil colocar em palavras o que elas representam para mim. De um jeito inexplicável, elas me dão um suporte emocional que nenhum ser humano seria capaz de oferecer.
Foram minhas companheiras nos momentos mais difíceis da vida: quando enfrentei o câncer, quando precisei mudar de cidade e de emprego, quando tudo parecia incerto. Em cada uma dessas fases, lá estavam elas, com seus olhos cheios de amor e uma alegria pura que não pede nada em troca. É um carinho incondicional, uma presença silenciosa e, ao mesmo tempo, ensurdecedora de afeto.
Chegar em casa depois de um dia pesado e encontrar a festa delas, os rabos (que elas quase não têm) abanando, as lambidas desajeitadas, é como ganhar um abraço da própria vida. Elas me lembram que, apesar de tudo, sempre há motivos para sorrir. É inexplicável como duas pequenas criaturas conseguem segurar a minha alma nos dias em que tudo parece desmoronar.
Mas junto a essa felicidade vem também uma dor que tento não pensar muito: a vida delas é curta. Saber que em alguns anos não estarão mais aqui me aperta o peito. E, paradoxalmente, é esse pensamento que me faz aproveitar cada instante. É ele que me faz deitar no chão para brincar, que me faz rir das bagunças, que me faz parar para admirar o jeito delas dormirem encostadas em mim.
Com Bebel e Clarinha aprendi que amor verdadeiro não se explica, se vive. E que a finitude não é um convite ao desespero, mas, sim, à urgência de viver o agora com mais intensidade. Cada minuto ao lado delas é um presente que eu não canso de agradecer.