Curta nossa página


Pezão ameaça professores com reposição de aulas em janeiro

Publicado

Autor/Imagem:


Mal foi anunciada a greve dos professores da rede pública estadual – que começa nesta segunda-feira, dia 12, junto com os profissionais de ensino da rede municipal do Rio – o Governo Luiz Fernando Pezão faz terrorismo com a categoria e ameaça determinar reposição das aulas em dezembro e janeiro. O secretário de Estado de Educação, Wilson Risolia, em entrevista coletiva concedida sobre a greve, criticou o movimento e afirmou que os salários da rede são os melhores do Brasil.

“Quem perde são os alunos. Eu acho a greve intempestiva. Criamos benefícios, alinhamos a hora extra, resolvemos o passivo, não tínhamos auxílio-transporte, alimentação nem qualificação. Por causa da greve, teremos que repor aulas aos sábados ou entrar janeiro e dezembro”, ameaçou o secretário.

A entrevista repercutiu mal nas redes sociais. No twitter, a servidora da Educação no Estado Rachel Zeitone criticou a resposta de Risolia. “Benefícios pífios e que não são para todos. Não são salário. Ganhar R$ 63 de transporte é o quê? Piada né?”, protestou. Sobre a reposição, disse: “Fazendo terrorismo! A greve mal começou e vocês já estão falando em reposição. Quem pediu recesso de um mês na Copa? A Fifa?”, questionou.

Risolia disse que o governo ainda não foi notificado sobre a greve. “Não existe rede onde o professor dá aula em apenas uma escola. O Rio de Janeiro tem um número pequeno, menor que a média do Brasil. Tem reunião marcada com o comando da greve no próximo dia 12. Temos que esperar que o professor volte para repor. Vamos manter o controle para que o aluno perca o mínimo possível. Se a greve for legal, eu não posso substituir. Nós pedimos propostas dos sindicatos sobre a carga horária das aulas. Não recebi. Acho surreal em pleno século XXI, alguém ser contra o reconhecimento do mérito”, criticou o secretário sobre o fim da meritocracia, uma das reivindicações da categoria.

“Alunos ficam o ano inteiro sem professor, pois muitos saem correndo desta rede. No entanto, a preocupação do governo aumenta mais na greve”, comentou Rachel Zeitoune. A respeito da meritocracia defendida por Risolia, ela observou: “O mérito tipo o que não prevalece na escolha para diretoras, né? Porque acaba sendo escolha e não é concurso. O mérito que dá lap top para alguns alunos, mas deixa a maioria sem sabonete e papel higiênico”.

O titular da Educação anunciou que repetirá a proposta de reajuste não atingirá os 20% pedidos pelos professores. “A proposta que fizemos partiu da base do ano passado, que foi de 8%. O processo tem um rito burocrático. Pelos aumentos que foram dados até hoje, é impossível dar os 20% pedidos. Mas, nós melhoramos muito. Entendemos que precisamos avançar. Mas a nossa rede tem os melhores salários de professores do Brasil”, argumentou o secretário.

“Sempre burocracia. Mas, para gastar internamente no governo nunca há burocracia. Melhorar não significa ainda o ideal almejado. Termine as escolas de forma que crianças e jovens desejem ir às escolas, com equipamentos de primeiro mundo e com qualidade. Mais professores. Que tal pagar em dia, que tal contratar mais?”, pediu Angel Coco, outra servidora da Educação. Sobre o salário, ela retrucou: “A mentira mais deslavada do mundo. Professor no Rio ganha menos que motorista de ônibus.
Risolia disse ainda que o Estado cumpriu com o que foi acordado no final da greve da categoria no ano passado. “Fizemos três reuniões com o sindicato, todos os itens do acordo foram colocados”, declarou.

O Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino (SEPE), nega que o acordo tenha sido cumprido.

Comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência Estadão, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.