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A convergência

Pode ser seis ou nove, mas se refletirmos bem, vira um satisfatório 15

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@donairene13 - Foto Francisco Filipino

Não faz muitos dias eu estava conversando com um amigo sobre algo que parece simples, mas que explica boa parte dos desencontros e mal-entendidos do mundo: o fato de que um mesmo objeto, um mesmo acontecimento, pode ser visto e interpretado de maneiras completamente diferentes e, ainda assim, nenhuma dessas visões precisa estar errada. São apenas formas distintas de observar o mesmo fenômeno.

Isso acontece porque cada um de nós carrega consigo um conjunto de lentes invisíveis, mas poderosíssimas, formadas pelas experiências que vivemos, pelo conhecimento que acumulamos, pelos afetos, pelos traumas, pelas referências culturais e até pelo humor do dia. É por meio dessas lentes que enxergamos e interpretamos o mundo. O que para mim é uma lembrança doce pode, para outro, ser um motivo de incômodo. O que para um é coragem, para outro pode ser imprudência.

O curioso é que, embora isso seja parte essencial da convivência humana, poucos se dão conta de forma consciente desse fato. A gente discute, julga, se irrita, sem perceber que o outro não está “errado”, apenas vê de outro ângulo. Lidar com essa multiplicidade de olhares é um exercício de empatia e humildade. Requer aceitar que a realidade não é um bloco único e sólido, mas um mosaico de percepções. Quando entendemos isso, as conversas ficam mais leves, os debates mais produtivos e a convivência mais possível. No fundo, compreender o olhar do outro é uma das formas mais bonitas de ampliar o nosso próprio.

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