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Ordem de prisão

Polícia procura em 20 lugares, mas não encontra João de Deus

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Lígia Formenti, enviada especial

A Justiça de Goiás decretou nesta sexta-feira, 14, a prisão preventiva do médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, acusado de abusar sexualmente de mulheres que buscam atendimento em seu centro espiritual em Abadiânia (GO). No fim da noite, sua defesa informou que ele vai se entregar.

“Se ele não se apresentar até o fim da noite (de sexta), será considerado foragido”, afirmou na tarde desta sexta o delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes. Mais à noite, disse que o prazo iria até as 12 horas de sábado. Fernandes informou que o paradeiro do líder espiritual era “incerto e não sabido”.

Ele assegurou que o trabalho seguirá, mesmo que precise avançar madrugada adentro. “Não vamos esperar a vontade dele de se apresentar. A busca não para, só vai substituindo as equipes. De noite, de madrugada, em qualquer lugar”, ressaltou.

Durante toda a tarde, policiais fizeram buscas em mais de 20 locais atrás do médium – sem sucesso. Desde quarta-feira, quando apareceu na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, ele só fez um pronunciamento de poucos minutos para declarar sua inocência, e não foi mais visto. A informação de funcionários mais próximos é de que está no sítio de um amigo.

O pedido de prisão preventiva foi apresentado pelo Ministério Público (MP) na quinta. A justificativa para a solicitação era de que, solto, o médium poderia ameaçar mulheres que dizem ter sido abusadas sexualmente ou, ainda, fazer novas vítimas. As investigações tiveram início na segunda-feira, dois dias após a TV Globo, no programa Conversa com Bial, apresentar depoimentos de mulheres que relataram ter sido abusadas sexualmente. Até esta sexta, o MP já havia reunido 335 depoimentos, vindos de 14 Estados e de seis países.

Além do MP, a polícia recebe depoimentos de supostas vítimas. Só em Abadiânia, três inquéritos foram abertos nos últimos dias. Antes de as vítimas virem à público denunciar o médium, a polícia informou que havia três casos abertos, um de 2016 e dois deste ano.

Alguns casos foram arquivados, por falta de provas. A recomendação é de que, agora, eles sejam reabertos. Pelas contas da Promotoria, se comprovadas as denúncias, João de Deus pode ter uma sentença superior a 150 anos de prisão. Os relatos indicam três crimes: estupro, estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude.

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