Gesto abjeto
Política torpe de Trump é uma grande cagada
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Neste último fim de semana eu fiquei perplexa. O mundo todo ficou. Ver o presidente dos Estados Unidos, em meio a protestos contra seu governo, acudir-se de algo tão repulsivo para reagir: um vídeo em que ele despeja excrementos humanos sobre a cabeça de manifestantes.
Nunca antes na história mundial um líder de nação alguma, e muito menos da mais poderosa delas, se havia rebaixado tanto. A simbologia desse ato ultrapassa qualquer registro anterior de descalabro político. É baixo. É vil. É imundo.
E então me pergunto: como os americanos conseguiram eleger figura tão torpe? Que tolera ou promove esse tipo de cena? Que espírito coletivo permitiu que alguém se comportasse de maneira tão degradante? Será que a nação se tornou cúmplice de sua própria desmoralização, ou será que há algo mais profundo, cultural, estrutural, que permite esse tipo de líder emergir e persistir?
Porque não se trata apenas de política: trata-se de civilização, de dignidade humana. Se o líder máximo adotou ou aprovou esse gesto (ou sequer o repudiou com força), ele mandou uma mensagem aterrorizante: que protestar, questionar, discordar pode levar à humilhação pública.
Me vejo diante dessa cena grotesca e penso: onde está a linha final? Quão profundo é o abismo que se abre quando o presidente de uma potência global escolhe responder à manifestação pública jogando fezes sobre cabeças humanas? É inadmissível e não há justificativa que a torne aceitável. É tão detestável que deixa de ser simplesmente política ruim para se tornar algo abjeto.