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Punição injusta

Por entre mimosos jacarandás quando não se podia falar de flores

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Autor/Imagem:
Antonio Gil Neto - Foto Francisco Filipino

Não foi possível encontrar outra história como aquela porque não era das que a gente inventa no papel. Quem as inventa é a vida, e quase sempre aos golpes”. (G. García Márquez, Viver para contar)


Foi um Deus nos acuda! Todo mundo lá em casa chorou ao saber da notícia, num misto de surpresa e dó, quando meu nome foi estampado no Diário Oficial, naquele fatídico vinte e oito de abril de 1986. Era o mais recente servidor municipal punido na ordem do dia. Com direito a abertura de inquérito administrativo, suspensão preventiva por noventa dias, o que significava afastamento do meu trabalho com um desconto de um terço no salário. E a provável e consequente demissão… a bem do serviço público.

Eu que nunca havia matado nem formiga ou barata, nem roubado tomate amassado na feira, me sentia a mais nova criminosa da cidade. Como podia? O que eu tinha feito? Uma criatura tão direita, tão correta, tão íntegra, como repetia e choramingava a minha mãe aos quatro cantos da casa, ser agora, dentre outros tantos diretores escolares recém-nomeados e em pleno exercício, suspeitos de terem cometido alguma irregularidade tão extrema a esse ponto e serem massacrados? O que estava acontecendo?!

Voltando um pouco o filme da minha vida, agora que tudo isso passou, mas que ainda pulsa na gente como marca, cicatriz funda, linha d’água, me recordo que sempre fui boa aluna nos tempos de escola. Aplicada, estudiosa, inteligente, como diziam meus pais. Quando recebi meu primeiro diploma, o do curso normal, comecei a trilha na Educação ministrando aulas no Mobral. Estudava à noite fazendo minha faculdade de pedagogia, ajudava no orçamento de casa. Os tempos eram promissores, mas um tanto difíceis. Ingressei no serviço público pra valer, no sistema de ensino da nossa cidade, numa escola de educação infantil, onde logo percebi imperar um clima um tanto quanto doméstico, nada estimulante para alguém como eu que queria conhecer, descobrir, reinventar o cotidiano comum e desbravar novos horizontes.

Em busca de novos caminhos, tão almejados, fiz depois de alguns anos com diploma universitário na mão, o concurso para ser então diretora de escola. Entre idas e vindas, controvérsias e dissabores, lembro-me bem que escolhi meu local de trabalho em pleno domingo junto com um mundão de colegas. Coisas da lei. Pude ver a olhos nus naquele burburinho de indecisas escolhas que aquelas pessoas desenhavam um grupo novo, esperançoso e otimista. Não conhecia quase ninguém, mas todos eram legitimados por uma reconhecida instituição que organizara um mais do que legítimo concurso público de provas e títulos. E todos traziam anos da experiência garantida por terem sido professores.

Escolhi uma escola bem distante. Não importava. Almejava ser acolhida por um grupo de trabalho arrojado, desbravador e corajoso. Logo que iniciei, tentei levar ao pé da letra o que eu havia proposto nos textos que fizera durante a prova escrita, no concurso. Sonhava com a ideia de envolver a todos em torno de um projeto de trabalho comum e que desse norte, sentido e consistência ao fazer pedagógico de todos. Queria ser reconhecida por ser uma diretora assim: atuante, companheira, compromissada com o ensinar e o aprender de fato. Entrei de cabeça, de corpo e alma, de sapato e tudo. Com a minha inteireza pura, ingênua e apaixonada. Ingênua, não alienada. Lembro-me bem de que o pensamento pedagógico vigente era a teoria construtivista, nascida das leituras dos autores mais atuais. Piaget, Emília Ferreiro, Vygotsky dialogavam com nossas reflexões e atitudes. Já iniciara, sem me dar conta de que estava instaurando o trabalho coletivo, a gestão compartilhada, o construir coletivamente um projeto pedagógico tão sonhado.

Corria solto o ano de 1986. A essa experiência efetiva e consistente somavam-se a ingenuidade e a pureza absoluta e desnudada de segundas e terceiras intenções. Fomos aprendendo a construir na nossa escola uma cumplicidade confortável e alentadora. Experimentamos no cotidiano, ao sabor dos cursos e encontros formadores ocorridos na nova gestão das políticas públicas, outras possibilidades pedagógicas, teorias reveladas nas diferentes práticas. Enfim, dessa forma embarcamos em experimentar projetos que poderiam dar forma ao sonho de um educador idealista e bem-intencionado.

Foi com alegria maior que recebemos no final dessa gestão uma programação curricular própria, refletida pelo fazer das nossas escolas irmãs. Documentação, essa fruto de um trabalho mais do que sério realizado por educadores dedicados, experientes, estudiosos, bem assessorados por uma equipe tão competente da Unicamp, lembro-me bem.

Sem contar que houve a participação crítica de toda a rede, por conta dos vários encontros e reflexões ocorridos em prol desse material.

Mas, tudo isso foi uma breve alegria. Logo a apreensão e uma pungente tristeza tomaria todo esse lugar. Na verdade, não estava preparada para o que viria a acontecer.

Veio o ano de 1987. Com ele, outra gestão da cidade, com outra ordem das coisas. Aliás, autoritária e antidemocrática. A velha performance histórica emergia dos tempos idos e obscuros. Recolheram em dois tempos todos os exemplares das programações recém construídas. Como isso pôde acontecer? Até hoje me pergunto. Foi mais do que safadeza e irresponsabilidade o que fizeram, bem nas barbas da justiça. Foi um ato de extrema e bárbara arbitrariedade e abuso de poder de fazer inveja a qualquer ditador das páginas dos compêndios da história mundial.

Nunca poderia imaginar e entender em sã consciência que tudo aquilo estava acontecendo. Nem notícia de jornal era. Parecia que tudo acontecia numa bolha, num mundinho à parte. E também nunca poderia imaginar que de uma hora para outra teria que lidar com o patrulhamento, a repressão, o jogo de denúncias vazias instalados nas escolas. Foi um período de insólita amargura. Nunca esquecerei! Não sabia como e porque teria que calar a minha manifestação crítica, a minha opinião, o meu fundamento tão valoroso a todo ser pensante, sobretudo ao educador. E aí veio a punição. A minha e a de muita gente. Todas justificadas por aqueles parágrafos de uma lei com precisos números, mas imprecisa justificativa. A bem da verdade, era uma forma corrupta e covarde utilizada pelo poder superior para fazer de nós, diretores recém-ingressados na vida escolar e com direito a sonhos, ideias e necessidades de participar e melhorar o serviço público, os reféns de toda uma rede de profissionais da educação.

O ambiente naqueles tempos ficou estranho, assustador, pesado, sombrio demais. As discussões calorosas, a participação de todos, as propostas audaciosas deram vez ao medo, aos olhares inquietos ao terrorismo atroz.

O supervisor que vinha atuando num papel orientador e companheiro nas reflexões administrativo-pedagógicas foi rapidamente trocado por outro, designado pela cor e tom do partido no poder, fiscal do pensamento, controlador das atitudes e perseguidor dos mais críticos. Falo isso porque, além do que soube pelos meus colegas, tenho certeza de que minha supervisora foi a minha delatora. Como se eu fosse uma conium maculatum, a erva venenosa que matou Sócrates, tinha que ser arrancada, imagine.

Em meio a esse clima nascia uma proposta de greve geral. Nosso sindicato estava a todo o vapor nessa empreitada. Eu não havia acordado ainda para tudo o que acontecia. Discutia com meu grupo acaloradamente se devíamos todos entrar ou não em greve, com a participação e pelo menos com o conhecimento e o reconhecimento da comunidade escolar. Por tudo isso soube que fui tachada de comunista, anarquista, demoníaca e seja lá mais o que for. Guardadas as devidas proporções, em alguma coisa concordava com o pensamento de Che Guevara: “O primeiro dever de um educador é fazer a educação.”

Afastada, fiquei sabendo que a escola tinha recebido, durante o meu castigo compulsório e preventivo, outra diretora, cupincha desse pessoal extremista, daquelas puxa-saco de marca barbante, cheia de pulseiras, brincos e anéis e um bom salto alto para marcar cadência militar no seu andar vigilante pelos corredores da escola. Afirmaram que ela torturava a quem no seu caminho encontrasse, declarando a todo momento que iria vasculhar tudo. De gavetas a cabeças. O pessoal da escola sofreu muito com tudo isso. Sem solidariedade, sem reflexão foi surgindo um sentimento de hostilidade, de indução maquiavélica, de puro medo.

Parecia pesadelo, episódio da Idade Média, feito inquisição em plena véspera dos anos noventa, tão glamorosos. Durante esse período de punição participei de várias reuniões com um advogado que nosso grupo havia contratado para analisar o nosso caso.

Pensávamos em estratégias de defesa. Mas me defender do quê? Recordo-me de que foi difícil achar um profissional que topasse acolher a nossa causa. Sei de alguns diretores que até contrataram terapeuta para melhor entenderem o que acontecia. Eu fiquei aguardando e vivendo o que a vida me oferecia. Mas, tudo aquilo me fazia mal. E como! Foi doloroso demais!

Parecia suspensa num tempo irreal e vazio.

Passado o afastamento compulsório, fomos organizados por ordens oficiais como um bando de malfeitores ao bem educativo. Em pequenos grupos, nos redistribuíram pelas cinco delegacias regionais de ensino espalhadas em nossa cidade. Ficamos assim ao sabor dos mandos e desmandos, ao bel-prazer dos delegados de ensino, com ares de capatazes. Cada um tinha sua regra e sua sentença peculiar de nos perseguir. Mas, era fácil saber que havia um critério único para a distribuição: quanto mais longe de casa, melhor. Soube também que alguns poucos desses punidos, intercedidos por padrinhos, rezas e sei lá o que o valha, acabaram retornando às suas funções. Não sei bem como foi.

Lembro-me bem ainda dos meus primeiros dias como punida. Naquela situação desencontrada, acho que a única coisa que fazia com um certo sentido e esperança era cuidar de um pequeno canteiro de gerânios abandonados e que ainda respiravam numa jardineira, em uma pequena sala no final do corredor onde ficávamos, bem apartados do resto do pessoal.

Era como se nas pequenas salas adaptadas com uma mesa e algumas cadeiras se instalasse nossa prisão temporária. Para os outros dali, era como se nós sofrêssemos de uma espécie de lepra pedagógica. Incurável. Depois de alguns meses, quando os gerânios floriam em matizes do vermelho ao rosa, fomos novamente redistribuídos para outros lugares, para uma sala feito calabouço de espera. Todos previamente repensados e calculados num único intento: o mais distante possível das nossas moradias.

O fato é que passei por um bom período anestesiada da vida, como se eu tivesse sido sequestrada de mim mesma.

Acabei indo parar na Vila Prudente para fazer a mesma coisa: nada. Ou melhor, aguardando em local separado de todos o horário passar com todas as suas horas, minutos e segundos de cada dia. Nessa fase alguns do grupo eram separados como proibidos de perdurar algum afeto irmanado por aquela estranha e injusta experiência.

A vida da gente ali parecia um carrossel de emoções bobas e baratas.

Havia dias em que me divertia, em outros zombava de tudo e de todos.

Tinha dias em que sofria, chorava; tinha outros em que inventávamos e reinventávamos alguma tarefa de intento educacional para fazer, mas nunca vingava, impedida pelo poder regional. Tive crises. Várias. Uma vez, e por uma isca de triz e por pouca coisa, aparentemente nada, quase destrocei meu guarda-chuva na cabeça da delegada de ensino, espalhafatosa e com cara de boazinha, mas extremamente autoritária. A sorte é que bati na sua mesa, com toda a força da minha indignação, por conta daquela situação descabida e que ela insistia em permanecer como algo normal. Vi o guarda-chuva quebrado e molhado pelas minhas lágrimas de puro ódio. Confesso que fiquei, de imediato, com medo de que o meu grau de punição fosse aumentar, algo como me colocarem numa solitária ou a famigerada demissão que latejava como promessa nada benquista. Mas, daquele dia em diante ela é quem mal me olhava. Fugia como o diabo da cruz, o vampiro do alho. Ou a cabeça do próximo guarda-chuva.

Fiquei então com a alma lavada, novinha em folha, como se tivesse saído de uma boa chuva de verão. Tudo parecia uma cena de Almodóvar. Como uma travessura de menina mimadíssima e cruel e sua necessidade invencível.

Como uma fúria, impelida pela justiça cega, surda e muda. Dei, então, de mergulhar na leitura. Um rio, um mar, um oceano. Para me salvar daquela insanidade toda, descobri escritores e seus livros maravilhosos. Por vezes, uma funcionária, talvez apaixonadíssima por alguém, vinha de quando em vez e às escondidas, ouvir os poemas de amor de Adélia Prado que eu lia para ela sem pestanejar e com todas as caras e bocas possíveis e imagináveis. Pus em dia tudo o que me devia.

Pensando bem, o que será que em nós incomodava tanto os governantes municipais? Que anjos exterminadores nos tornamos e que tanto ameaçávamos um poder tão absoluto que mandara queimar, nas fuças da lei e sem o mínimo respeito a nada e a ninguém, o programa de ensino ricamente elaborado, resultado de anos de trabalho e estudo de tantos profissionais competentes? Quem era subversivo? Por que não deram crédito a nossa atitude de participação política e profissional?

Bem no finalzinho desse malfadado mandato, quando já se sabia que haveria nova prefeita, de nova ordem política, bem perto do Natal, no mesmo e fatídico Diário Oficial veio publicada a extinção de todos aqueles atos punitivos engendrados ao sabor de vontade pessoal e insana.

Como se tudo fora brincadeira. Uma farsa, uma artimanha. Voltamos às origens. Mas, não éramos os mesmos.

Lembro-me bem e não vou esquecer nunca. Até hoje sinto que a gota d’água de todo esse episódio fora o fato de termos mostrado a nossa cara. Para nós, romântica, responsável, ingênua. Para eles, irreverente, provocativa, revolucionária. Esses fatos não fazem parte da história oficial, fazem?

Pensando com meus botões, acho mesmo que essa história toda começou com nosso pequeno grupo de diretores, os recém-chegados através do concurso público que a carreira permitia. É que resolvemos nos juntar para melhor entendermos o que era de fato ser diretor numa escola ainda tão cheia de carências, contradições, abandonos. Éramos, nesse intento sonhador, cerca de vinte e dois diretores. Nem bem conhecíamos um ao outro. Só sabíamos que o que nos ligava era a nossa história começando e o dever comum a cumprir no trabalho. Diante de nós estava aquela imensa falta de diálogo, aquele abismo entre as escolas e a administração superior em seus gabinetes. Fizemos um único ato, simples: escrevemos um ofício à secretaria da educação solicitando condições materiais mínimas para realizarmos o trabalho. Com orgulho assinamos o tal documento. Em meio àquele clima de repressão, absorvido da ditadura dos tempos idos, não deve ter faltado fofocas, falsas denúncias e hipocrisia a granel no percurso do pedido saído de nossas mãos para as nefastas mãos do secretário.

Só sei que transcorrido alguns dias o nosso anfitrião recebera dura convocação no sentido de prestar esclarecimentos sobre o acontecido.

Havíamos nos encontrado na escola onde ele era o diretor, por ser de mais fácil acesso a todos. Ele, batalhador pela implementação das salas de leitura nas escolas, escritor de tantos livros da literatura infantil, pai de três crianças pequenas, teve que receber em sua própria casa visita nada agradável, marcada com letras de sangue dos tempos da
ditadura. Na verdade, era uma convocação da assessoria militar do gabinete do prefeito para ele prestar esclarecimentos. Até hoje sentimos repulsa, nojo, indignação por tudo isso.

Mas a coisa não ficou assim. O nosso diretor anfitrião foi levado, mas lá fomos nós, os vinte e um restantes e mais um grupo considerável de educadores para fazer uma espécie de resistência e repúdio a tudo o que estava acontecendo.

Em meio ao belo arvoredo do parque onde ficava o gabinete do prefeito e sua ajuda militar tanto jacarandá mimoso querendo florir! Lá ficamos todos em plena vigília até nosso representante sair, aparentemente livre e ileso.

Foi por aí que uma greve acabou acontecendo. As escolas andavam em polvorosa. E era um tal de solicitar aos diretores a listagem dos grevistas. Muitos tinham mandado por medo ou por autoritarismo inato.

Foi junto com tudo isso que o Diário Oficial apresentou a primeira lista de diretores punidos e suspensos. Não satisfeitos, novas e outras listas de professores. Tempos terríveis.

A bem da verdade não tinha clara consciência do que acontecia. Por vezes rezava e pedia a Deus para entender tudo aquilo. Cheguei a suspeitar de leve e de mim mesma que até poderia estar fazendo algo de errado e que não compreendia. Por vezes parecia dar corda em mim a um castigo atroz e atormentado. Suspeitava ouvir vozes vindas não sei de onde, me perseguindo e me atirando num poço escuro. Buscava alento na minha própria história. Mexia gavetas, caixas, relia cartas, textos sublinhados, fotos e guardados, como se revisitando o museu de mim mesma. Tinha que acreditar em outras possibilidades.

Em pouco tempo tive a clareza de que mais que erradas, eram as atitudes dos que estavam no exercício do poder, pois agiam de forma autoritária, persecutória e criminosa. Legitimados por leis esdrúxulas e pela falsa boa atuação administrativa, fizeram muita gente sofrer injustamente.

Mas, como o sofrimento tem a sua pitada de aprendizagem, aprendi a nunca mais abrir mão do meu valor e do meu papel cidadão. Lembro-me de que, quando fiquei sabendo que os diretores haviam contratado advogado para a defesa de tamanho absurdo que nos irmanava, fui ao local da reunião pela primeira vez. Fui a última a chegar. Na saída do metrô, na Liberdade, fui subindo uma escada enorme num velho prédio. Sentei num canto. Ouvi muito naquele dia. Todos falaram, se mostrando naquela tarde de outono.

Tive a nítida impressão e a certeza de que aquelas pessoas eram dignas, criativas, responsáveis, competentes, coerentes, imprescindíveis e mais outros tantos adjetivos que os educadores devem ter. Ao me ver pertencente ao grupo, numa viagem solitária, nascia em mim, por espelhamento, nas águas claras da experiência que eu não era coisa de se jogar fora. Tive a clareza da minha dignidade e de estarmos cumprindo nosso dever nesse viés histórico. Comecei a sentir um orgulho danado que até hoje guardo comigo.

Agora, passado todo esse tempo tenso e amargo, posso melhor ver as cores dessa história.

Em muito se parece com a história do patinho feio e que tanto contei a meus alunos. Mal sabia que, no final e ao sabor das agruras e das experiências, acabamos sendo reconhecidos como um bando de belos cisnes!

Penso em me casar num futuro breve. Quero ter um filho. Acho que valerá a pena. Desejo que a próxima geração seja mais justa e solidária. E que esse tipo de coisa nunca mais aconteça com ninguém. E que ainda haja nessa nossa cidade lugar para ver o azul e a nuvens do céu, as flores dos jacarandás e a verdade. E espaço para crescerem outras flores e se ouvirem trinados de pássaros junto com a música livre das escolas e suas crianças.

……………

Antonio Gil Neto nasceu em Taiaçu, cidadezinha do interior paulista, em 1950. Graduou-se em Pedagogia e Letras. Ainda jovem, mudou-se para São Paulo, onde construiu sua carreira profissional na área da Educação. Atuou em projetos de formação de educadores e em publicações didáticas vinculadas ao ensino de língua. Autor de livros de literatura juvenil: A flor da pele e Cartas Marcadas, (Ed. Cortez/SP) e também organizador e autor de A memória brinca: ciranda de histórias do ensino municipal paulistano, (Imprensa Oficial/SP). No primeiro livro que escreveu – Brado Retumbante, (Ed. Olho d’Água/SP) – teve a graça de receber na contracapa generosas palavras de Paulo Freire. Participou da coletânea Tudo poderia ser diferente – inclusive o título, e-book Amazon, 2022. Autor dos livros de poemas “Inéditos, inexatos – uma coleção de água e vidro”, pela editora Folheando; “Sem saber o Amor” (Ed. Primata); “Desertos, Pássaros, Quintais” (Caravana Editorial); “Silêncios, seus estilhaços de seda” (Ed. Folheando); “Água, pedra, flor” (Mondru Editora).

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