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Renda cidadã

Povo tem fome, mas ninguém fala disso

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Autor/Imagem:
Mariane Barbosa/Diálogos do Sul

Vereador na cidade de São Paulo, ex-senador e admirador da cultura da periferia paulistana, Eduardo Suplicy é pré-candidato à Prefeitura pelo Partido dos Trabalhadores. Como principal proposta, Eduardo Suplicy defende a implantação de um sistema universal de pagamento a todos os cidadão da cidade, o “Renda Cidadã”.

Ele concorre à vaga com outros seis candidatos pelo PT: os deputados federais Alexandre Padilha, Paulo Teixeira e Carlos Zarattini, o ex-deputado federal Jilmar Tatto, o ex-vereador Nabil Bonduki e a liderança do movimento de Combate ao Racismo, Valkiria “Kika” de Souza Silva.

Suplicy, que é economista, defende a “Renda Cidadã” — uma quantia em dinheiro paga universalmente a cada cidadão brasileiro, com o objetivo de preservar a garantia às necessidades básicas. Ele explica que esse recurso é essencial para que o país eleve seu grau de dignidade e liberdade real e diminua significativamente a pobreza extrema, que tem aumentado principalmente no centro da cidade e sido ignorada pelo atual governo.

Questionado sobre o desmonte das políticas públicas pelo governo federal, ele diz: “eu gostaria que Bolsonaro fosse mais consistente com o que ele próprio prometeu, que era cumprir a Constituição, o que significa erradicar a pobreza e promover a desigualdade. Mas eu lhe pergunto: durante todo o primeiro ano, quantas vezes você ouviu Jair Bolsonaro e Paulo Guedes falarem destes objetivos fundamentais?”.

Ele também critica a falsa propaganda que o governo fez sobre o 13° salário do Bolsa Família. “O programa tinha mais de 14,3 milhões de famílias em maio, quando chegou dezembro, baixaram pra 13,1 milhões de famílias. Ou seja, para conceder o 13° bolsa família, eles diminuíram significativamente o número de famílias e hoje os jornais falam que há uma fila enorme para as pessoas conseguirem sua inscrição”, diz o vereador.

A língua da periferia
Em 2018, o rapper Mano Brown criticou o PT durante um comício, ao dizer que o partido já não falava a língua da periferia. Filho da elite paulistana, Suplicy conta que teve que aprender esse idioma e o fez por meio do grupo Racionai MC’s.

“Se nós queremos conhecer os problemas, os anseios, as dificuldades e objetivos das pessoas e principalmente dos jovens da periferia, precisamos ouvir os Racionais.”

Suplicy já cantou, várias vezes, a música “Um Homem na Estrada” em público. Na entrevista ele também entoou uma das mais conhecidas canções do RAP brasileiro. Mas ele conta que isso teve início com uma visita a uma unidade da Fundação CASA (Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor, antiga Febem, Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente), quando ele cantou parte da música aos menores detentos para mostrar que conhecia a realidade deles.

“Na semana seguinte, eu voltei com o Mano Brown, que era meu amigo. Eis que por uma hora fizemos uma palestra e eles pediram ao Mano que cantasse seis canções. Eles sabiam todas de cor”, disse, ao ressaltar que continua por dentro da linguagem da periferia.

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