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Arruda dançou

Presente bom não cabe em caixa, mas em urna

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Autor/Imagem:
João Moura - Foto de Arquivo

O ex-governador do DF, José Roberto Arruda sempre cria barulho, filas e promessas de futuro na política candanga. Mas o que sobra quando a onda baixa?

Quando entrou setembro, o ex-governador Arruda, pensava que a “boa nova” lhe assistiria – mas não deu. Arruda continua inelegível para o bem de Brasília!

Arruda é condenado por improbidade administrativa no escândalo do mensalão do DEM – anteriormente, Arruda já teve candidaturas barradas em 2014 e 2018 – e, caso a flexibilização da Lei da Ficha Limpa – maculada por esse Congresso que aí está – fosse sancionada, ele, Arruda, teria chance de disputar em 2026 a cadeira maior do Buriti. Mas, agora, com a decisão do Presidente Lula, o sonho eleitoral de Arruda termina com a sua ficha, vídeos e fotos com maços de dinheiro recebidos de Durval.

Eis que chegou outubro e, com ele, vamos nos aproximando cada vez mais do fim do ano, de 2026 e, claro, da corrida eleitoral e dos desdobramentos dos bastidores da política Candanga.

O veto que sepultou o projeto de retorno de Arruda à política do DF já disputando a cadeira do buriti em 2026 foi dado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia de setembro de 2025.

Lula vetou a mudança aprovada pelo Congresso na Lei da Ficha Limpa. O texto reduzia o prazo de inelegibilidade ao prever que os oito anos começariam a contar a partir da condenação, e não após o cumprimento da pena.

Na prática, essa alteração abriria caminho para nomes já condenados anteciparem a volta ao jogo eleitoral. Mas com o veto, a regra dura continua em vigor.

O veto de Lula sinaliza que não haverá espaço para retrocessos em uma das leis mais simbólicas do combate à corrupção no Brasil – A Lei da Ficha Limpa.

Atingido politicamente pelo veto, o ex-governador do DF, José Roberto Arruda está fora do páreo – deixando, por enquanto, Celina Leão surfando sozinha na onda Ibaneis Rocha.

Outros nomes também foram eliminados – sem chances de retorno imediato ao mercado político. Arruda não está sozinho. A Ficha Limpa barrou também outras figuras conhecidas do eleitorado Brasil afora: Cássio Cunha Lima (PB), impedido de disputar o Senado em 2010; Anthony Garotinho (RJ), que enfrentou repetidas impugnações de candidatura no Rio e, Paulo Maluf, velha raposa política, em São Paulo.

Esses exemplos de aplicação e correção de figuras inadequadas nas disputas eleitorais, reforçam a força da lei como filtro na política.

O veto presidencial mantém a ideia de moralização da política e Lula, ele mesmo, faz o resgate dessa moralização, mostrando para o Congresso – que aprovou essa flexibilização das regras para aplicação da Lei da Ficha Limpa – um recado duro do Presidente que surfa na onda da vontade popular: Ética na Política e Contra a Corrupção e Ataques à Democracia e à Constituição.

O mais importante – principalmente para boa parte da população do Distrito Federal – é que, com o veto, José Roberto Arruda perde definitivamente a onda eleitoral para 2026. Se havia alguma expectativa de retorno, ela foi sepultada junto com a tentativa de flexibilização da Ficha Limpa.

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João Moura é Professor, Filósofo e Observador de Governos e Sociedade.

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