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Derrotas e reviravoltas

Pressionado, Lula respira fundo e recupera fôlego

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Diego Tinoco - Foto José Cruz

Enfim chegou o momento de o governo poder respirar depois de uma semana que se iniciou com derrotas significativas no Legislativo, cobranças internas e com Bolsonaro conseguindo ajudar o Planalto ao revelar mais algumas situações embaraçosas para apoiadores bolsonaristas.

Como já foi dito neste espaço, o Governo Lula vinha com clima renovado com anúncios elogiáveis por todos, resgatando o ânimo do seu eleitorado e arrefecendo na sociedade em geral o sentimento oposicionista mais acirrado. Pois bem, logo parte do Legislativo tratou de mostrar que as tratativas com Executivo precisam ser mais bem azeitadas.

Com reclamações de todos os cantos, inclusive de dentro da base do Governo, o PL das Fake News que vinha sendo costurado para votar na 3ª feira, teve que ser retirado de pauta para que o texto do governo não fosse derrotado. Com direito a algumas rusgas entre o grupo do presidente Arthur Lira e outrora aliados. No dia seguinte, para que não pairassem dúvidas que os deputados não estavam de brincadeira, a Câmara aprovou um projeto de decreto legislativo que sustou os efeitos de um decreto presidencial na área do saneamento.

E não podemos esquecer que o presidente Arthur Lira também fez questão de publicizar a insatisfação de seu grupo, ao criticar a atuação do ministro Alexandre Padilha. Pelo que pude levantar, a insatisfação é generalizada com diversos grupos de parlamentares vendo suas emendas terem os pagamentos glosados, mesmo após contratações.

O próprio Presidente Lula sabe o risco que essa atitude do Governo pode gerar, e tratou de endossar as críticas ao seu ministro de Relações Institucionais e cobrar providências. O clima no 4º andar do Palácio do Planalto não anda nada bem, entretanto possibilitou que Padilha anunciasse a liberação de recursos suficientes para a retomada das obras geradas pelas emendas parlamentares. Com isso, se espera na semana que se inicie um refresco na pressão interna palaciana.

Pode-se até dizer que o clima não azedou de vez devido a prisão do ajudante-de-ordem do ex-presidente Bolsonaro e a revelação de uma possível falsificações de documentos, situação que dominou o noticiário político e roda de bate papos políticos o restante da semana.

Mas fica a pergunta de quando o governo atenderá as expectativas de uma relação política mais profissional e deixar o amadorismo de lado, pautando a agenda política do país ou então terá suspiros de conquistas e ser salvo pelas revelações de práticas que contribuíram decisivamente para a derrocada do bolsonarismo.

Nessa semana que se inicia, talvez tenhamos a resposta e ainda saberemos como será o comportamento do ministro Padilha as críticas recebidas até do próprio Lula. Mas isso é assunto para os próximos dias.

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