Relacionamento
Prevenção e caldo de galinha
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Estamos sempre em alerta. Afinal, nunca sabemos de que lado virá a rasteira que poderá nos derrubar. E por que isso? Simples… vivemos em um mundo onde a competição é a tônica do dia a dia. Apesar de falarmos muito em cooperação, em empatia e outras formas de interagir com nossos semelhantes, não é isso o que ocorre na prática…
Sim… embora da boca para fora estejamos sempre prontas a dividir nosso espaço, a maioria das pessoas tem uma visão egoísta e não está pronta a acolher outros em seus braços. Porque elas precisam de tudo aquilo que as rodeiam para se sentirem seguras…
A insegurança é, talvez, a maior inimiga de um relacionamento puro e verdadeiro. Porque insegurança cria dúvidas, e a confiança, para existir em qualquer relacionamento, necessita da crença pura e simples entre as pessoas. Não importa se é Amor ou Amizade, de não houver confiança entre elas, esses sentimentos irão definhar, até que desapareçam completamente…
E é tão fácil perdermos a Confiança em alguém… uma palavrinha mal colocada em uma frase, uma ação que pareça suspeita aos olhos da outra…qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo, pode destruir a base de qualquer relacionamento…
Não adianta sermos honestas, retas, em nosso dia a dia. Além de sermos, precisamos parecer. Ou seja, por mais espontâneas que sejamos, muitas vezes temos que frear nossa espontaneidade em nome de uma relação “segura e saudável”…
Embora não seja o melhor dos mundos, vivemos em uma Sociedade onde o que realmente conta é a aparência. O primeiro julgamento que receberemos de nossos pares será sobre como nos portamos, nos vestimos, agimos… se passarmos nessa primeira análise do Grupo, seremos aceitas por estes sem maiores restrições. Caso contrário, até seremos incluídas no meio, mas monitoradas por todos, até que conquistemos sua confiança…
Cada passo que dermos será avaliado, cada frase terá um peso… todas as nossas ações estarão sujeitas ao escrutínio do grupo, e até que conquistemos o direito de ali estarmos, seremos apenas toleradas, pois realmente não estaremos fazendo parte de grupo algum…
Todos nós temos nossa vida particular, e nem sempre estamos disponíveis para participar de encontros sociais, sob risco de deixarmos nossa vida pessoal em segundo plano. Aliás, esse é o grande entrave em nossa vida… como conciliar a vida social com a familiar? Se dermos atenção em excesso para uma, a outra se sentirá abandonada. É mais ou menos como a poesia da Cecília Meireles… “se coloco a luva, não uso o anel, se uso o anel, não coloco a luva”…
Cada ser humano está inserido em um Universo particular, onde os acontecimentos ocorrem de uma maneira muito pessoal. Aquilo que para determinada pessoa é líquido e certo, para outra nada quer dizer… e isso se aplica a todos os eventos da vida. Inclusive para as saídas para encontros sociais…
Por motivos vários nossa cara metade nem sempre está disposta a participar de eventos que, para nós, seriam importantes. Assim como nem sempre podemos levar, sem convite, nosso/nossa parceiro/parceira… e por quê? Como eu disse, há vários motivos que podem causar tal impedimento…
E aí ficamos perdidas, sem saber qual decisão tomar… dar uma atenção maior ao nosso primeiro Núcleo Social, que é a família, ou aos outros? E quando digo outros, são todas as formas de reuniões possíveis na vida, passando pela religião, festas, encontros, confraternizações…
O problema? Muitas vezes acabamos por tropeçar em nossa caminhada por tomarmos uma decisão errada… relegar alguma ação por consideramos outra mais importante. Isso pode acarretar prejuízos futuros, pois de repente aquele evento que deixei de lado por ter algo mais importante a realizar pode ser o início de minha queda… a famosa “rasteira”… porque aquilo que “desdenho” é o sonho de outra pessoa. As aspas estão ali porque, na verdade, ninguém desdenha nenhuma situação. Mas, como eu disse, aos olhos de quem está te julgando essa é a impressão que ficou…
Todos somos cobrados para apresentar resultados… no seio familiar, na vida profissional, nos grupos sociais… como já diz a velha Sabedoria Popular… quem não se destaca é esquecido… e esse é o principal motivo das pessoas estarem sempre correndo atrás de algo que nem mesmo elas sabem qual é…
Mas nunca se esqueça de uma coisa… não importa qual caminho você trilhe, não importa quais escolhas faça durante sua vida, seja sempre autêntica, seja sempre verdadeira. Mostre às pessoas seu verdadeiro eu, sem máscaras. Procure tratar tudo com o máximo de honestidade. Lembre-se… não adianta fazer as coisas corretamente. Tem que, também, parecer correta. E mais uma coisa… Respeito não se exige de ninguém… a gente conquista, com nossas ações no dia a dia. Quando você impões às pessoas que te respeitem, das duas, uma… vão te ignorar, se pensarem que não oferece perigo ou te “respeitarão”, não porque tal respeito realmente exista… mas porque você representa uma ameaça imediata à integridade física e emocional desse grupo… ou seja… está dominando, mas na verdade…
Sigamos nossa senda, sempre prontas a estender a mão a quem necessita, sem julgamentos. Porque na medida em que julgarmos, seremos julgadas. E, se nada devemos, temos que partir da premissa que nosso irmão também não tem nenhum débito. Mas estar prontas a ajudar não significa baixar a guarda. Até que conheçamos as reais intenções de quem está ao nosso lado devemos seguir o ditado que diz “Prevenção e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”…