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Cortando os extremos

Primavera chega com pomba trazendo no bico ramo da pacificação

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Autor/Imagem:
Marta Nobre - Foto Editoria de Artes/IA

No Brasil, onde os extremos cavaram trincheiras de intolerância, há sinais de que a estação das flores sopra novos ventos. Entre os gritos da direita e os clamores da esquerda, surge no horizonte uma pomba alva, mensageira do equilíbrio, trazendo no bico o ramo verde da pacificação.

Não é apenas a mudança do calendário que anuncia setembro; é o despertar de uma esperança antiga, que parecia adormecida sob o peso das disputas e ressentimentos. A Primavera, com suas cores vivas, convida os brasileiros a esquecer o solo árido da discórdia e a plantar sementes de compreensão.

O país dividido pode, enfim, olhar para o mesmo céu azul e nele enxergar a promessa de convivência. Pois se as flores não escolhem partido para nascer, também os corações não precisam de muros para pulsar. A cada botão que se abre, a cada perfume que invade o ar, a nação parece se inclinar para a conciliação.

É tempo de acreditar que as diferenças podem coexistir, que o diálogo é capaz de substituir o grito, que a reconciliação não é sonho distante, mas caminho possível. A pomba da paz sobrevoa o Brasil — e cabe a cada um estender a mão para que o ramo de esperança não caia ao chão.

A Primavera não apaga o inverno que passou, mas ensina que até da terra mais seca podem brotar flores, desde que haja chuva e cuidado. Assim também é com a sociedade: onde antes havia rancor, pode nascer respeito; onde havia confronto, pode florescer entendimento.

E se o Brasil aprender a lição que a natureza repete a cada ano, talvez descubra que a paz não se conquista em batalhas, mas no gesto silencioso de semear tolerância. A estação das flores se abre como metáfora viva: é hora de acreditar que um país inteiro pode renascer em cores, fragrâncias e união.

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Marta Nobre é Editora Executiva de Notibras

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