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Olho aberto

Prisão de Bolsonaro não é fim, mas início de um ciclo

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Autor/Imagem:
João Moura - Foto de Arquivo

Esta é a primeira vez que um ex-presidente e militares do alto escalão são condenados por tratativas e tentativa de golpe de Estado.

Horas de julgamento, centenas de páginas de manifestações, terabytes de arquivos analisados. O julgamento do núcleo crucial da tentativa de golpe em 2022 foi, enfim, concluído.

E agora, o que acontece? Primeiro as defesas se manifestam, depois a Primeira Turma do STF avalia. Ou seja, ainda há um tempo até as penas começarem a ser cumpridas – se é que serão(!?). Fora as demais sanções.

Tanto a condenação quanto as sentenças proferidas têm um caráter civilizatório e uma mensagem: Os poderes constituídos são para serem respeitados e, liberdade de expressão não é libertinagem – temos o direito de fazer nossas escolhas, mas somos responsáveis por nossos atos decorrentes do livre arbítrio de escolher o que devo fazer? Posso fazer? Que independe do quero fazer!

Mas, para muitos analistas do mercado político, a prisão de Bolsonaro e de seus asseclas não é o fim, mas apenas o início de um ciclo, que ainda traz muitos desafios para o país: o risco de a anistia passar no Congresso, a reação de Trump nos EUA – que tenta minar a democracia no mundo e, se acha o dono dele -, a candidatura de Tarcísio de Freitas – o neo-Bolsonaro, e a expectativa de as Forças Armadas retirarem ou não as patentes dos condenados.

Terminado o julgamento, a questão é: quando Bolsonaro será preso? Muitos acreditam que até dezembro – será?! Polícia Civil, Federal e o Exército já prepararam celas para Bolsonaro e seus asseclas cumprirem suas penas. Mas nada está definido ainda sobre a prisão, e a decisão cabe ao Supremo.

Uma coisa é certa: as decisões tomadas pelo presidente Lula (PT) e pelo senador Sergio Moro (UB-PR) podem deixar Bolsonaro inelegível até ele completar 105 anos – até lá esse bolsonarismo delinquente já deve ter sido varrido do mapa do Brasil (tomara)! Ele, o bolsonarismo, (e Bolsonaro também!) é um câncer para a Democracia no mundo e uma chaga na sociedade brasileira.

Outra coisa, mais certa ainda é que o Brasil vira o ‘adulto na sala’ em democracia e exemplo para os EUA.

Chama atenção também, o fato de que o ministro Barroso vestiu toga no anúncio do veredito em gesto visto como de aprovação do que foi feito para punir os golpistas e baderneiros antidemocratas.

Numa rápida olhada nas reações dos políticos bolsonaristas de plantão, observa-se que Tarcísio de Freitas – o neo-Bolsonaro -, trai a história de SP ao defender seu mentor e a tese absurda de uma anistia ampla, geral e irrestrita para quem tramou, atacou e quis destruir a democracia brasileira e os poderes constituídos – numa clara afronta a Constituição Brasileira!

Mas, como ‘Não sou coveiro’; tenho a convicção de que, Bolsonaro condenado lava alma de quem sofreu na pandemia.

Fiquemos de olho e observando. Sempre alerta em defesa da democracia!

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João Moura é Professor, Filósofo e Observador de Governos, Sociedades, Culturas.

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