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Prisão de policiais provoca baixa na base de apoio de Agnelo

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A situação dos sete policiais militares presos desde a última sexta-feira, sob a acusação de incentivarem o atraso no atendimento a ocorrências, dominou os debates nesta terça-feira (25), no plenário da Câmara Legislativa. Acusados de comandarem a chamada “operação tartaruga” para pressionar o governo a atender as reivindicações dos militares, os policiais permanecem reclusos no 19º Batalhão da Polícia Militar do DF.

Muitos deputados fizeram questão de se pronunciar sobre o caso, a maioria em solidariedade aos policiais. Aylton Gomes (PR) fez duras críticas ao governo e anunciou sua saída da base de apoio do GDF na Câmara. “No governo anterior os policiais e bombeiros eram respeitados. Essa categoria tem o direito legítimo de defender sua qualidade de vida. Eu não tenho mais condições de permanecer na base do governo e, por isso, quero deixar claro que retiro meu apoio ao governo atual”, afirmou. E conclamou a população a apoiar os policiais: “Peço a todo cidadão que abrace seu PM no dia de amanhã”.

O deputado Patrício (PT), oriundo da Polícia Militar, criticou a forma como se deu a prisão dos PMs. “Não há mandado de prisão, a detenção é ilegal. Foram os comandantes que decidiram prender. Essa atitude só fez piorar a situação nos quartéis. Hoje os oficiais não têm mais moral para comandar a tropa”, alertou.

Patrício questionou o porquê de somente praças terem sido presos quando também havia oficiais envolvidos nas manifestações e anunciou que vai solicitar a convocação dos comandantes da PM e dos Bombeiros à Câmara Legislativa. “Quero que eles expliquem por que liberaram a tropa do expediente no dia 18, por que todos os policiais foram à assembleia com viaturas e helicópteros e por que estavam todos armados se a Constituição proíbe esse tipo de reunião”, frisou.

O deputado Dr. Michel (PP) fez um apelo ao corregedor da PM para que ele solicite a liberação dos policiais presos. Joe Valle (PDT) e Claudio Abrantes (PT) manifestaram solidariedade aos policiais e suas famílias, e Eliana Pedrosa (PPS) reafirmou que seu partido vai se recusar a votar qualquer matéria enquanto a situação não for resolvida. Aylton Gomes também confirmou estar “em obstrução”.

A única voz dissonante foi a da deputada Arlete Sampaio (PT), líder do governo na Casa. Arlete rebateu as acusações de desatenção do governo com a categoria e defendeu que a crise seja contornada sem comprometer os trabalhos do Legislativo.

“O governador Agnelo encaminhou à PM uma proposta ousada, se levarmos em conta a realidade financeira do DF. São ganhos reais para os PMs até 2016. Se eles não aceitaram, temos que negociar. O papel do deputado distrital não é o de jogar gasolina no fogo, mas sim de buscar intermediar a situação. Não posso contribuir para a quebra de hierarquia nos quartéis. Nós temos que ser solidários, mas não temos que aderir ao movimento de qualquer categoria. Hoje temos vários projetos importantes para votar, inclusive um em benefício dos servidores da saúde. Não podemos parar”, reclamou.

Éder Wen

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