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Professores atacam ida de escolas técnicas para área do Planejamento

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Diretores e professores que atuam nas escolas técnicas do DF criticaram a proposta de transferência dessas unidades para o âmbito da Secretaria de Planejamento, na audiência pública que a Câmara Legislativa realizou nesta quarta-feira (24), no Plenário. O debate foi sugerido e coordenado pelo deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT).

Ao justificar a necessidade de discussão do tema, o parlamentar enfatizou que os docentes e alunos precisavam ser ouvidos pelos representantes do governo, antes de qualquer decisão sobre eventuais mudanças. “Está ocorrendo um disse-não-disse sobre as escolas técnicas. E a gente precisar dialogar e esclarecer o que existe de fato em relação à transferência da gestão dessas escolas técnicas, tão importantes para a formação dos nossos estudantes”, ressaltou.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Almeida Salles, comunicou aos professores que o governo ainda não tem uma posição definida sobre quais serão as mudanças na gestão das escolas públicas. Admitiu, contudo, que a possiblidade existe. Disse que uma alternativa poderia ser a gestão compartilhada entre as Secretarias de Educação e a de Planejamento. “Nenhuma mudança será feita por canetaço”, assegurou, informando que o governo está criando um grupo de trabalho para analisar a questão.

O diretor do Sindicato dos Professores (Sinpro/DF), Fernando Reis, condenou os efeitos de uma eventual transferência das escolas técnicas para a Secretaria de Planejamento. Destacou que a visão de “rede” do sistema de ensino do DF estaria ameaçada. Afirmou que inclusive a conquista da gestão democrática das escolas correria riscos com as mudanças. E lembrou que no governo Arruda essa mudança só causou confusão administrativa e muitos problemas para professores e alunos. “Se houver transferência, essa decisão não pode ser de forma vertical”, exortou.

Investimentos – “O que nós precisamos é de investimento humano e também de criação de mais escolas técnicas. Nossos cursos têm funcionado com muita eficiência, o que se comprova com a alta empregabilidade dos alunos”, defendeu o representante dos diretores das Escolas Técnicas de Brasília, Joubert Almada. Ele reclamou que as especulações sobre a transferência em debate provocam “instabilidade”, afetando a todos os atores envolvidos.

Entre os professores que se revezaram na tribuna, durante a audiência pública, foram unânimes os depoimentos contrários à mudança na competência da administração das escolas públicas. Uma das manifestantes disse que a proposta, se consolidada, seria um “estupro” do governo às determinações aprovadas no Plano Distrital de Educação (PDE), aprovado recentemente na Câmara Legislativa, depois de amplamente discutido pelo Fórum de Educação do DF.

Zildenor Ferreira Dourado

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