Defensores de bandidos
Projeto doido da direita abre porta dos presídios
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A Câmara aprovou o tal PL da dosimetria, que, na verdade, é uma espécie de anistia disfarçada. Na prática, esse projeto reduz as penas dos golpistas já condenados, aqueles mesmos que atacaram a democracia e os poderes constituídos do país. É como se estivéssemos assistindo a um remendo jurídico para salvar quem deveria exatamente cumprir, de forma exemplar, as consequências dos seus atos.
Mas não para por aí. O PL da Dosimetria abre uma porta ainda mais perigosa: ele permite que condenados por crimes como coação, incêndio e outros tipos de violência saiam antes da prisão. Ou seja, uma proposta apresentada com o pretexto de beneficiar os “perseguidos políticos” (GOLPISTAS) do 8 de janeiro acaba favorecendo também criminosos de outras naturezas. É uma flexibilização ampla, rasa e irresponsável, que enfraquece a execução penal e passa um recado claro de permissividade.
A direita, como sempre, age para proteger todo tipo de bandido. Quando interessa, falam em rigor penal, pena de morte, prisão perpétua, cadeia cheia, “bandido bom é bandido morto”. Mas, quando o criminoso veste amarelo, fala em liberdade individual e ataca instituições, aí a conversa muda. Aí tudo vira excesso, injustiça, perseguição. É uma ética seletiva, conveniente, que desmoraliza o discurso do “combate ao crime” que eles tanto adoram repetir.
O que a Câmara fez é um tapa na cara de quem acredita numa justiça minimamente coerente. O PL da Dosimetria não é só um retrocesso, é a institucionalização da impunidade para atender interesses políticos muito específicos.