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Projeto Ornitorrinco busca mais negócios em Brasília com Zona Azul

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O que é, o que é: vive na água mas não é peixe; tem membranas nas patas mas não é morcego; tem bico de pato mas não é o Donald; tem cauda de castor mas não é roedor; tem esporões mas não é galo de rinha; põe ovos mas não é galinha? Todos devem estar curiosos para saber se existe mesmo esse estranho ser. Existe e atende pelo nome de Governo do Distrito Federal, ou governo ornitorrinco de Brasília, como prefere o governador Rodrigo Rollemberg.

Após a posse do novo secretário de Saúde, o petista Fábio Gondim, ficou clara a estratégia que vem do Maranhão para ocupação da nossa Capital e arredores. Poucos, entretanto, observaram que uma outra unidade da federação, anexada há bastante tempo pela mesma ilustre família Sarney, que é o Estado do Amapá, já ocupava espaço no governo ornitorrinco de Brasília, por meio de um preposto expulso do Norte.

Esse cidadão circula com desenvoltura nos bastidores do GDF, faz novos negócios, desfaz antigos negócios e está sempre pronto para bicar um por fora, que é o jargão da classe para comissões pouco ortodoxas. A ocupação territorial alcança gabinetes da Câmara Legislativa, mas o novo ataque está preparado para as vias públicas de Brasília e de outras cidades do Distrito Federal.

Dá para entender a função das membranas nas patas. O plano é diabólico e vem de um raciocínio simples. Se os veículos em movimento já produzem uma milionária receita em multas ao Departamento de Trânsito por meio dos pardais, o estranho ser está convencendo o governador de que devem faturar também com os veículos parados. Essa operação visa rentabilizar, sabemos para quem, a nossa frota que já é penalizada pelo IPVA que não oferece asfalto em boas condições de tráfego.

Mas como trafegar em vias obscuras é especialidade do estranho ser, esse é um bom cenário para levar adiante a ideia de cobrança nos estacionamentos públicos do Distrito Federal. Já tem até nome: Zona Azul. Setores superpopulados por veículos, como os comerciais Sul e Norte de Brasília, o Centro de Taguatinga e outros, terão as escassas vagas cobradas por hora. Um negócio cartorial que vai render muitos milhões de reais ao idealizador e controlador oculto, dizem, do Detran. São ovos de ouro.

Experiências assim existem em outras cidades e revelam que o método permite uma contabilidade incontrolável. Especialistas afirmam que qualquer sistema de cobrança de estacionamento que não seja confinado, com controle de entrada e saída, pode ser facilmente burlado. Nem o nome do golpe é original. Zona Azul já foi adotado em diversas cidades e é uma grande dor de cabeça para o usuário, para o Ministério Público e tribunais de contas. Só não é um mau negócio para quem fatura e revende as vagas que já foram pagas pela população. É grilagem oficial mesmo.

A grande fatia do governo ornitorrinco de Rollemberg, entregue ao Amapá do estranho ser, ao Maranhão de Sarney e ao PT da Petrobras, pode acabar em uma lagoa de lama, habitat natural dessa fauna que hoje mora na Praça do Buriti. Isso porque o idealizador desse governo diferente, Helio Doyle, já foi despejado, mesmo com a sua larga experiência em outros governos nada diferentes.

Devemos admitir que o ornitorrinco de Rodrigo Rollemberg é mesmo muito particular. Tem de tudo um pouco. Se a operação Zona Azul do estranho ser for em frente, aí o zoo da governança vai ter de tudo, muito. Atenção, sociedade, mão ao alto e nada de reação. O estranho ser pode machucar com seus esporões afiados e a polícia florestal não tem como fiscalizar todos os corredores.

Max de Quental

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