Silêncios que cantam
‘Quando as almas se encontram sem promessas, só com a verdade’
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Fizemos do vazio um lugar para dois,
um universo invisível
onde nossas almas
se encaixavam sem limites,
onde a distância era irrelevante
e o tempo, um mero espectador.
Num canto escondido da alma,
nos encontramos,
não com promessas,
mas com a pura certeza do desejo,
um anseio de sermos um só
em meio à incerteza infinita.
Seu corpo era o abrigo
onde meu coração encontrava paz,
e eu, a esperança que iluminava sua solidão.
De um vazio silencioso, criamos mundos,
e nesses mundos, nos reinventamos,
não para deixar vestígios,
mas para viver a verdade do instante,
com uma paixão que desconhecia fronteiras
e desafia o passar das horas.
Eu te amei em um espaço sem forma,
porque não precisávamos de paredes,
nós nos amávamos no éter,
entre suspiros que dançavam
e silêncios que cantavam,
nas lacunas da realidade,
que nunca souberam nos compreender.
Foi no vazio,
aquele santuário invisível,
onde nossas almas se tocaram profundamente.
Ali, elas se reconheceram
sem palavras,
sem promessas,
somente com a verdade
do que o momento poderia oferecer.
Fizemos do vazio um lugar para dois,
um refúgio tecido de sonhos inconfessáveis,
de carícias nunca dadas,
mas ainda nossas,
preservadas no eterno murmúrio das memórias.
E agora,
quando o eco da nossa ausência ressoa,
eu sei que o vazio que deixamos
não é um vazio para sempre.
É um espaço de espera,
um lugar que apenas você e eu entendemos,
onde continuamos a ser,
mesmo que o mundo insista em nos separar.
Porque no vazio que criamos,
sempre haverá lugar para dois,
um amor que desafia o esquecimento,
uma promessa indelével
na geografia do que fomos.