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Forma como vivemos

Quando Deixamos Que Outros Dirijam a Nossa Própria Estrada

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Autor/Imagem:
Emanuelle Nascimento - Foto Francisco Filipino

Há algo curioso, quase trágico na forma como nós vivemos.

Somos capazes de confiar a rota dos nossos passos a pessoas que nunca caminharam um quilômetro sequer na estrada que estamos tentando percorrer. Aceitamos conselhos prontos, opiniões apressadas, julgamentos rasos e direções emitidas por quem jamais ousou ir tão longe quanto estamos tentando ir.

E por quê? Talvez porque fomos ensinados a acreditar que os outros sabem mais do que nós. Talvez porque crescemos ouvindo que experiência é sinônimo de idade, que autoridade é sinônimo de voz alta, que opinião é sinônimo de verdade. E, quando damos por nós, estamos deixando que mãos estranhas segurem o volante da nossa própria vida.

Nós nos perdemos tentando caber nas expectativas de quem nunca teve coragem de sonhar grande. Seguimos rotas sugeridas por quem desistiu antes mesmo de tentar. E, no fundo, sabemos, mesmo que silenciosamente, que há algo profundamente errado em deixar que pessoas acomodadas ditem o ritmo dos nossos sonhos.

As direções que recebemos refletem mais os limites delas do que as nossas possibilidades. E mesmo assim, por muito tempo, nós obedecemos.

Até o dia em que despertamos. Descobrimos que ninguém pode nos orientar num caminho que não conhece. Que quem nunca enfrentou a nossa dor, o nosso recomeço, a nossa queda e o nosso renascimento não tem como decidir o que devemos fazer. Que conselho sem vivência é só ruído. Que opinião sem empatia é só interferência.

A verdade é simples e libertadora: Somos nós que vamos trilhar esse caminho e por isso somos nós que devemos escolher a direção.

Não há mapa mais confiável do que a intuição de quem viveu a própria história. Não há bússola mais honesta do que a consciência de quem conhece suas cicatrizes. Não há orientação mais legítima do que a que nasce do próprio coração.

Quando paramos de aceitar instruções de quem nunca trilhou a estrada, finalmente recuperamos o volante. E descobrimos, com uma mistura de medo e alívio, que a única pessoa realmente capaz de conduzir a nossa vida… é quem está aqui dentro: nós mesmos.

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