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O merecimento

Quando não se escolhe uma carreira, mas um modo de viver e de ajudar

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@donairene13 - Foto Acervo Pessoal

Passou o dia 15 de maio, Dia da Assistente Social, e, embora a data já tenha ficado para trás no calendário, ainda carrego comigo a vontade de dizer algumas palavras sobre essa profissão que, mais do que uma escolha de carreira, é uma escolha de vida.

Sempre me chama atenção o fato de que tantas empresas, órgãos públicos e instituições em geral necessitam — e com urgência — de alguém com o perfil, as habilidades e o olhar de uma assistente social, mas sequer sabem que essa categoria profissional existe. Ou, quando sabem, reduzem nosso campo de atuação a tarefas meramente assistenciais ou burocráticas, como se fôssemos apenas “quem resolve problema social”.

Mas o trabalho da assistente social vai muito além disso. Atuamos diretamente com os direitos sociais, com as contradições do Estado, com os dilemas vividos por quem está nas margens da sociedade. Somos chamadas a intervir em contextos de violência, negligência, pobreza, violação de direitos, conflitos familiares, situações de adoecimento físico e mental, discriminações de raça, gênero, classe, orientação sexual, entre tantas outras.

Podemos atuar em hospitais, escolas, tribunais, instituições socioeducativas, presídios, conselhos tutelares, CRAS, CREAS, empresas privadas, ONGs, universidades, movimentos sociais e muitos outros espaços. Trabalhamos com políticas públicas, com articulação de redes, com projetos de intervenção, com escuta qualificada, com construção de vínculos e com a defesa intransigente da dignidade humana.

Somos profissionais de base crítica, formadas para entender a complexidade das relações sociais e propor respostas éticas, técnicas e politizadas. Nossa função é de análise, de mediação, de enfrentamento — e também, sim, de cuidado. Mas um cuidado que não se faz na lógica da caridade, e sim na lógica dos direitos.

Então, mesmo que o dia da assistente social já tenha passado, acho que nunca é tarde para lembrar: precisamos ser reconhecidas não só por uma data comemorativa, mas pelo nosso lugar na sociedade. E mais do que isso: precisamos ser chamadas a ocupar os espaços onde, tantas vezes, nossas competências seriam não só bem-vindas, mas essenciais.

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